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05-07-2022
A estupidificação dos cidadãos

O Partido Socialista transformou o País no seu parque infantil, usa e abusa das instituições públicas como trincheiras para as suas guerras partidárias. Numa altura em que a inflação dispara, os juros aumentam, o SNS colapsa, a TAP está para estoirar e todos já percebemos que vamos viver pior, António Costa entrega-se à Europa, vira as costas aos assuntos internos e deixa o menino rabino à solta, refém de um ego inigualável na política portuguesa.
António Costa e Pedro Nuno Santos são produtos políticos da mesma escola: primeiro o partido, depois o País. Ninguém acredita na história que nos contaram sobre a novela do despacho, nem no suposto amadorismo do ministro nem na suprema compaixão do líder. Portugal está refém dos equilíbrios de poder entre o exército de Costa e os alinhados de Pedro Nuno Santos. É a política no seu pior.
Os tempos que estão a chegar exigem sentido de Estado, responsabilidade e visão. Em vez disso, o nosso Governo mostra-se completamente incapaz de apresentar um rumo, gere os dossiers na espuma dos dias e entrega todo o seu entusiamo à guerrilha partidária.
De que tem medo António Costa para não demitir Pedro Nuno Santos? O que teme Pedro Nuno Santos para não se afastar? O primeiro não quer conviver o resto da legislatura com um aparelho partidário fiel ao “demitido”, e o “enfant terrible” não consegue conviver com a ideia de estar afastado do poder, que é como quem diz, da informação. Este seria apenas um cenário possível se nos tivessem contado a história toda, o problema é que fica a ideia de que apesar do triste espetáculo mediático, a verdade surgirá daqui a alguns anos escrita num livro de memórias.
O distanciamento entre eleitos e eleitores cresce na inacreditável leveza com que os primeiros encaram estes acontecimentos. A estupidificação dos cidadãos transformou-se no desporto preferido de uma certa casta que abancou no Estado. Alguém que os avise, enquanto é tempo, que a fatura está a caminho e terá custos insuportáveis para a nossa Democracia. Depois, não vale a pena rasgarem as vestes.
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