Vacine-se!

  • 27-04-2021

O meu pai foi vacinado com a vacina da Astrazeneca no dia 20 de Abril. Penso que isto diz tudo sobre aquilo que penso a propósito da polémica em torno da segurança do processo de vacinação. Poderia dizer que não existem vacinas sem riscos, assim como não há medicamentos sem efeitos secundários. O que temos de pesar é se os benefícios superam, ou não, os riscos. Neste caso, é óbvio que sim.

 

Os fenómenos tromboembólicos que estão a ocorrer com a vacina são maioritariamente em mulheres em idade fértil. Este é o ponto sobre o qual deveria estar a recair a nossa discussão e, mais do que isso, um estudo aprofundado em vez de guerras comerciais disfarçadas de debates científicos.

 

Sou fumadora e obrigada a tomar progestrona duas vezes por dia por uma endometriose muito grave. Tem de ser progestrona, vulgo pílula de amamentação, por ser fumadora, caso contrário, arriscava-me a sofrer um desses fenómenos tromboembólicos. A pílula e o tabaco não se dão bem em mulheres, nunca deram. Tenho muito mais medo do tabaco, da endometriose, da pílula, do mau olhado das pessoas invejosas do que da vacina.

 

Nesta altura do campeonato, parece óbvio que o risco de morrermos com covid-19 é muito superior ao de sermos vacinados. Ninguém tenha dúvidas de que a única forma de sairmos disto é concluirmos, quanto antes e com sucesso, o processo de vacinação que está em curso. As guerras comerciais são fonte de dúvida e incerteza que alimentam o medo. Se há coisa de que não precisamos nesta altura é de temer a solução em vez de enfrentar o problema.

 

Adaptando uma expressão utilizada nos último tempos, diria que à política o que é da política, à ciência o que é da ciência. Fazer política com o processo de vacinação não é apenas incompetência, é arrastar-nos a todos para um beco sem saída. Vamos entrar agora numa fase de maior disponibilidade de vacinas. Não é momento para travar e ceder ao medo infundado.

 

Está na hora de acelerar com confiança.