Todos pela Saúde

  • 26-04-2022

Na próxima semana, os enfermeiros reúnem em congresso nacional sob o lema “Todos pela Saúde”. É a segunda e última reunião magna em que participarei como Bastonária. Será o congresso com a maior participação de sempre da história da Ordem, quer em número de congressistas, como em quantidade de trabalhos científicos apresentados.

 

Se alguém tinha dúvidas sobre a dinâmica, vivacidade e vontade dos enfermeiros participarem no futuro da profissão e do sistema de Saúde, aqui está a prova. Apesar das dificuldades, a classe vai a Braga dizer presente, mas não só. O novo Governo abriu a porta a um entendimento no sentido da valorização da carreira e das condições de trabalho. Acredito que está na hora de aproveitarmos esta oportunidade para construir, de uma vez por todas, pontes que nos levem a um futuro diferente.

 

O aumento da inflação e a ausência de aumentos na função pública que acompanham esse movimento vai, sem margem para dúvidas, traduzir-se na diminuição do poder de compra dos enfermeiros. Isso está claro no cenário que o Governo traçou na proposta de Orçamento do Estado. Se esse é o ponto de partida, com o qual não concordamos, temos, pelo menos, de trilhar um caminho conjunto para encontrar um ponto de chegada que termine com algumas injustiças.

 

Podemos começar pela devolução dos pontos para a progressão na carreira que nos foram retirados pela então ministra Ana Jorge. Está na hora de limpar os obstáculos que têm impedido os enfermeiros de progredirem e, de uma vez por todas, avançarmos com a redução da idade da reforma. Esta última questão está também relacionada com a batalha que a Ordem tem travado para que a profissão seja considerada de desgaste rápido. Está claro, agora mais do que nunca aos olhos de todos, que o desgaste psicológico e físico a que estamos sujeitos, com níveis recorde de stress, justificam que seja dado este passo em nome da justiça.

O próximo congresso servirá para mostrar que estamos prontos para estabelecer compromissos e avançar no caminho da valorização profissional, mas também para deixar claro que não pode haver debate sobre o futuro da Saúde que exclua os enfermeiros. Aliás, a caminho do final do meu segundo mandato como Bastonária, penso ser esse o maior capital que deixo: uma classe com voz. 

 

 

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