Pensar Saúde

16 OUT | Dia Nacional de luta contra a Dor

  • 16-10-2020

“A prevalência da dor crónica na população portuguesa adulta excede os 30% e quando considerada apenas a dor de intensidade moderada a forte excede os 14%. A dor, em particular a dor crónica, tem impacto na pessoa muito para além do sofrimento que lhe causa, nomeadamente, sequelas psicológicas, isolamento, incapacidade e perda de qualidade de vida. Esse impacto pode ultrapassar a própria pessoa e envolver a família, cuidadores e amigos. As repercussões socioeconómicas da dor são significativas pelos custos envolvidos no recurso frequente aos serviços de saúde e despesas com a terapêutica”.

 

No final dos anos 90 a Direção-Geral da Saúde (DGS) reconheceu a necessidade de melhorar a abordagem da dor em Portugal. Da dinamização conjunta com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) resultou o Plano Nacional de Luta Contra a Dor (PNLCD), em Março de 2001.

 

A dor aguda apresenta-se como um dos principais motivos de procura de cuidados de saúde e é um sintoma limitado no tempo que pode e deve ser controlado.

 

A elevada prevalência da dor e a transversalidade da sua abordagem pelos profissionais de saúde, com particular destaque para os enfermeiros, é possível e deve ser baseada na melhor evidência científica, no sentido de prevenir e controlar a dor, melhorar a sua qualidade de vida e capacidade funcional.

 

O reconhecimento da complexidade e subjetividade da dor, pelos enfermeiros, obriga com frequência a uma abordagem terapêutica multiprofissional e interdisciplinar organizada. É neste conceito que se enquadram as estruturas intra-hospitalares especializadas dedicadas ao Controlo da Dor. Este programa dirige-se a toda a população abrangida pelo sistema de saúde e Serviço Nacional de Saúde.

 

Vânia Gonçalves

Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação

Vogal do Conselho de Enfermagem

Secção Regional da Região Autónoma dos Açores

Ordem dos Enfermeiros

 

CER/VG/rl