Ordem dos Enfermeiros quer acelerar a implementação do Enfermeiro de Família para a recuperação da actividade assistencial

  • 02-08-2021

A Ordem dos Enfermeiros pediu uma audiência à ministra da Saúde para debater um conjunto de propostas com vista à adopção de medidas urgentes de recuperação da actividade assistencial, tendo em conta o cenário de doenças crónicas que se agravou com a pandemia, que passam pela atribuição de um Enfermeiro de Família a cada utente/família, como forma de potenciar a capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários. Por outro lado, a OE defende o alargamento das competências e áreas de intervenção dos Enfermeiros e dos Enfermeiros Especialistas, nomeadamente dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Familiar.

 

A OE recorda que os Enfermeiros dos cuidados de saúde primários já possuem a diferenciação e as competências necessárias para o acompanhamento dos utentes e famílias, quer ao nível da prevenção e promoção da doença, quer ao nível da gestão da doença crónica numa lógica de articulação, integração e de continuidade de cuidados com os restantes profissionais e serviços de saúde, tal como tem sido destacado pela Organização Mundial de Saúde.

 

Entre as medidas propostas pela OE, destaca-se o reforço do número de Enfermeiros afectos às Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, bem como o reforço do número de Enfermeiros nas Unidades de Cuidados na Comunidade, em particular nas Equipas de Cuidados Continuados Integrados.

 

Apesar da intenção que consta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde se assume o compromisso de reformar os cuidados de saúde primários, a OE entende que a situação do peso crescente das doenças crónicas, já referenciada no relatório da OCDE de 2019, exige agora decisões rápidas, como forma de evitar um agravamento. Em causa estão doenças como a diabetes, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crónica, alguns tipos de cancro e patologias da área da saúde mental.

 

Neste momento, no entanto, os Enfermeiros estão esmagados com solicitações, pois têm de assegurar a vacinação e, por outro lado, garantir o acompanhamento dos seus utentes. Assim, é muito importante ter a capacidade de responder às necessidades de cuidados de saúde decorrentes da COVID-19, incluindo a vacinação, mas também, a retoma e recuperação da actividade assistencial, aumentando a capacidade da prestação de cuidados de base comunitária.

 

Neste sentido, a OE lembra ainda que existem cerca de três mil Enfermeiros aptos a integrar o mercado de trabalho, que, naturalmente, devem ser considerados para este efeito, pois esta é a única forma de garantir o acesso universal a cuidados de saúde adequados, de qualidade e proximidade a toda a população.

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