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07-07-2021
Ordem atribui cédulas a mais de três mil novos Enfermeiros mas Governo não está a contratar para a vacinação
A Ordem dos Enfermeiros já iniciou o processo de atribuição de cédulas profissionais aos novos Enfermeiros. Até Setembro, tendo em conta as listagens entregues pelas instituições de Ensino, haverá mais de três mil novos profissionais prontos para começar a trabalhar, numa altura em que é urgente a sua contratação para acelerar o processo de vacinação, decisivo na luta contra a pandemia. Aliás, a equipa da OE deslocou-se às Escolas Superiores de Enfermagem para garantir que o processo de atribuição de títulos não sofra nenhum atraso.
“Esta é a hora de o Governo contratar. Até Setembro, mais de 3000 novos Enfermeiros deixarão as escolas para entrar no mercado de trabalho. Resta saber se entram em Portugal ou, mais uma vez, emigram. A opção não é só deles”, defende a Bastonária, Ana Rita Cavaco, que está preocupada com as campanhas de recrutamento promovidas por vários países europeus, ao mesmo tempo que não há sinais, por parte do Ministério da Saúde, de querer contratar.
A Ordem recorda que, no ano passado, mais de 1200 emigraram em ano de pandemia, e só nos primeiros seis meses deste ano, 277 já solicitaram à OE declarações para esse efeito.
“Não basta abrir mais camas, se não há Enfermeiros para cuidar, ou anunciar o alargamento dos horários dos centros de vacinação, se não há Enfermeiros para vacinar”, acrescenta a Bastonária, numa altura em que os hospitais voltam a estar pressionados com doentes Covid, ao mesmo tempo que há uma luta contra o tempo para acelerar a vacinação.
A OE já alertou também o Coordenador da Task Force que os Enfermeiros dos Centros de Vacinação não podem sair do local, muitas vezes por 12 horas seguidas, e ninguém pensou que precisam comer e beber água. É preciso assegurar condições mínimas a estes profissionais, como água e comida.
Em relação às declarações da Ministra Marta Temido sobre o eventual adiamento das férias dos Enfermeiros, a Ordem dos Enfermeiros é absolutamente contra e aponta a alternativa: a contratação dos recém-licenciados.
“Temos cerca de 20 mil enfermeiros emigrados numa altura em que precisamos deles como nunca. Este é o momento de o Governo contratar ou então está a assumir que quer continuar a exportar Enfermeiros”, diz a Bastonária.