Governo ignora Enfermeiros e Médicos nas distinções pelo combate à pandemia

A ministra da Saúde concedeu a medalha de ouro de serviços distintos do Ministério da Saúde a diversas personalidades e entidades, no âmbito do combate à pandemia da Covid-19, mas deixou de fora os Enfermeiros e os Médicos.

 

Em despacho de 17 de Fevereiro publicado esta sexta-feira em Diário da República, a ministra reconhece 17 peritos por “todo o aconselhamento técnico” e, apesar de reconhecer a relevância da campanha de vacinação, que esteve a cargo dos Enfermeiros, não há qualquer referência a estes profissionais nem aos Médicos, uma situação que a OE lamenta. Pelo contrário, a ministra prefere destacar as administrações regionais de Saúde, nas pessoas dos respectivos presidentes, bem como instituições estatais, desde a DGS aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, ignorando a colaboração das principais ordens profissionais do sector da Saúde, em representação dos seus profissionais.

 

Não está em causa o reconhecimento das personalidades e instituições escolhidas, mas sim a ausência, uma vez mais, de uma palavra em relação aos Enfermeiros.

 

É certo que os Enfermeiros não vivem de palmas e reconhecimentos, como a OE tem alertado, mas não deixa de ser relevante e reveladora esta atitude do Governo, que repetidamente ignora os milhares de profissionais que, nas palavras do almirante Gouveia e Melo foram uma “classe sem mácula neste processo”. Uma classe que não voltou as costas ao País, mas desprezada pelos governantes.

Há um mínimo de dignidade que o Governo não cumpre com os Enfermeiros. Às falsas promessas não cumpridas relativamente à carreira dos Enfermeiros, junta-se agora uma ostensiva ofensa a uma classe tão importante para o País, que não teve tréguas nos últimos dois anos.

Em representação dos milhares de Enfermeiros, a OE não pode deixar de assinalar e condenar este silêncio.

 

Leia aqui o despacho