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14-04-2023
Ordem no Terreno
Ordem prossegue no terreno e reforça alertas na Ilha Terceira
A Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros prossegue com a realização de visitas às instituições das diversas ilhas da região, no âmbito da iniciativa ‘Ordem no Terreno’, tendo realizado uma série de atividades ao longo desta semana na Ilha Terceira.
No dia 10 de abril ocorreu a visita ao Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, contemplando reunião com elementos do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, visita às instalações do centro de saúde e receção aos enfermeiros para esclarecimento de dúvidas e identificação de propostas de melhoria. O Presidente do Conselho Diretivo Regional, Enfermeiro Pedro Soares, referiu: “Viemos encontrar uma equipa motivada apesar de problemas estruturais graves com necessidade de correção imediata, nomeadamente na segurança do espaço dedicado ao programa de substituição opiácea. Também não podemos continuar a usar no dia a dia viaturas com mais de vinte anos de uso, onde obviamente está colocado em causa a segurança das equipas domiciliárias. O desinvestimento no passado na manutenção da estrutura física é evidente, verificando-se um esforço para a possível recuperação."
O dia 11 de abril foi inteiramente dedicado ao Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, EPER. Nesse âmbito, realizou-se reunião com o Presidente do Conselho de Administração e com o respetivo Enfermeiro Diretor, procedendo-se a visitas aos diversos serviços do hospital ao longo do dia. Seguiu-se a receção aos enfermeiros, que tiveram assim oportunidade de expor diversas problemáticas. O Enfermeiro Pedro Soares referiu que "ficou evidente a necessidade de reforço das equipas de enfermagem. Estamos, em alguns serviços, com uma média de oito turnos extraordinários por enfermeiro para que se possa garantir as dotações mínimas exigidas. Existem enfermeiros contratados ao abrigo da ‘lei covid’ que, a não ser feito nada no imediato, poderão em breve ver os mesmos finalizados, e nós precisamos desses profissionais nos serviços. Há um esforço por parte da direção de enfermagem em garantir a qualidade dos cuidados, obviamente que não se fazem omeletes sem ovos, e neste momento a componente financeira tem um peso determinante nesta equação. Devemos motivar as equipas, apoiando a formação profissional, bem como levando a cabo os reposicionamentos salariais o quanto antes.”
No dia 12 de abril, no período da manhã, realizou-se Visita de Acompanhamento do Exercício Profissional ao Lar D. Pedro V, contemplando reunião e apresentação de cumprimentos, bem como visita às instalações da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas. No período da tarde, a comitiva visitou o Centro de Saúde da Praia da Vitória, realizando reunião com a Enfermeira Diretora, visita às instalações do Centro de Saúde e receção aos respetivos enfermeiros. Sobre as atividades deste dia, Pedro Soares destaca que “os enfermeiros dos lares são fundamentais na sua missão, e muitas vezes são esquecidos por parte das próprias instituições, o que não se verifica neste caso. No lar D. Pedro V encontrámos bons exemplos de valorização profissional, assim como nas condições oferecidas aos profissionais e à nossa população. Só lamentamos que este exemplo não seja seguido por todas as instituições do género. No Centro de Saúde da Praia da Vitória, verificamos as mesmas questões transversais à Unidade de Saúde da Ilha Terceira, salientando, contudo, melhorias nas infraestruturas da Unidade Básica de Urgência e algum reforço das equipas. Há igualmente uma preocupação generalizada na melhoria das condições dos Núcleos de Saúde Familiar nas diversas freguesias, sendo que a nosso ver seria importante um maior envolvimento por parte do poder autárquico neste processo. Afinal, o nosso objetivo deverá ser comum: o bem-estar da nossa população!”
Por fim, a 13 de abril, a Ordem realizou Visitas de Acompanhamento do Exercício Profissional à Casa de Saúde do Espírito Santo durante a manhã e à Casa de Saúde de São Rafael no período da tarde. Em ambos os casos houve oportunidade de reunir com as respetivas equipas e responsáveis e visitar as instalações. Para Pedro Soares, “a enfermagem e estas instituições estão de parabéns pelo trabalho feito em prol da saúde mental e psiquiátrica. Ficou claro que fazem muito, apesar do subfinanciamento existente, e esta situação claramente asfixia o dia a dia. Apesar disto, preservam as suas equipas, tentando oferecer condições laborais e remuneratórias dignas, combatendo assim a desertificação profissional nesta área. Enquanto Ordem, iremos tentar nos próximos tempos promover na comunidade o trabalho destes enfermeiros e ajudar a combater algum estigma que ainda existe.”
Numa apreciação global à deslocação da comitiva à Ilha Terceira, o Presidente do Conselho Diretivo Regional da Ordem salienta que “se dúvidas houvesse, ficou evidente que esta nossa metodologia de estarmos no terreno possibilita obter uma visão clara dos cuidados prestados na região. E se os cuidados na Ilha Terceira são bons, que o são, tal deve-se claramente a grandes esforços institucionais, mas principalmente às equipas de enfermagem que, com a sua resiliência, não deixam ninguém sozinho, apesar das grandes dificuldades!”
CDR/PS/cf