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14-08-2020
Misericórdias açorianas
Ordem dos Enfermeiros ao lado dos Enfermeiros das Misericórdias
A pedido de um grupo de enfermeiros a exerceram funções nas Misericórdias açorianas, a Ordem dos Enfermeiros ouviu esta quinta-feira as preocupações do grupo. Recorde-se que cerca de 50 enfermeiros realizaram uma petição e entregaram à União Regional das Misericórdias dos Açores no sentido de verem corrigido o respetivo estatuto remuneratório por forma a promover a igualdade e justiça laboral.
No fim da reunião, Pedro Soares, Presidente da Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros referiu que, “ apesar do assunto pertencer ao âmbito laboral, não sendo esta a área de atuação da Ordem dos Enfermeiros, não tínhamos como não estar ao lado nos Enfermeiros, por termos a perfeita noção que esta situação coloca em causa a dignidade profissional. Há de fato uma falta de incentivo à contratação, nomeadamente salários dignos, numa carreira com progressão e valorização da formação, tão necessário para a estabilização das equipas e fundamental para uma prestação de cuidados com segurança e qualidade.”
Referiu ainda que,” não podemos escamotear esta situação com as contratações pelo famoso Estagiar L, como temos vindo a observar nos últimos dias na região. É uma tremenda falta de respeito pela enfermagem açoriana, pelos enfermeiros, eu recordo que apenas nos Açores ainda existe esse programa pseudo formativo para enfermeiros, sendo que no Continente português e na Madeira isso já não acontece.” Recorde-se que desta forma são contratados enfermeiros com ordenados base muito abaixo do mínimo tabelado, muitas vezes não cumprindo sequer os princípios gerais do respectivo programa.
Ficou patente a necessidade de uma renegociação total do acordo coletivo de trabalho em vigor, não sendo aceitável as descriminações salariais existentes, com vencimentos em média inferiores a 400€ relativamente a outras instituições congéneres e serviços públicos.
“É urgente a aplicação da resolução da Assembleia da Republica nº31/2020 que recomenda ao Governo que promova a igualdade e valorize os salários dos trabalhadores das Instituições particulares de solidariedade social com a respetiva adaptação à nossa região,” conclui Pedro Soares.
CDR/PS/rl