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31-10-2019
BALANÇO DO MANDATO 2016-2019
Coragem, Verdade e Sentido de Responsabilidade
Neste bloco serão apresentados alguns temas que, durante o atual mandato, mereceram maior atenção por parte do público e da comunicação social. Estes “casos” vêm demonstrar que esta Secção Regional agiu e interviu de forma responsável e independente, apontando, sem medo, as situações em que algo não estava bem no setor da saúde.
SIGICA E BLOCO OPERATÓRIO DO HDES
As listas de espera cirúrgicas foram nos últimos tempos, pela sua complexidade e pela ansiedade que causam aos próprios utentes do Serviço Regional de Saúde, um dos temas mais debatidos dentro do setor.
Em julho de 2017, a Secção Regional entendia, em declarações prestadas à RTP Açores, que o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGICA), não estava a ser implementado da melhor forma nos Açores.
O Presidente do Conselho Diretivo Regional (CDR), Enf. Luís Furtado pediu transparência ao processo, focando a produção adicional. “Se no caso da produção regular, os recursos já estão lá e não constituem um acréscimo de despesa ao Serviço Regional de Saúde, já na produção adicional isso não é assim. Estamos a falar de muitos milhares de euros canalizados diariamente e a população, e nós que estamos no setor, precisamos de saber exatamente como está a ser utilizado”, alertou Luís Furtado.
(Veja aqui a notícia emitida pela RTP Açores)
Já durante este ano de 2019, mais concretamente a 24 de janeiro, e no seguimento de uma Visita de Acompanhamento do Exercício Profissional ao Bloco Operatório e Serviço de Cirurgia 3, do HDES, o Enf. Luís Furtado qualificou como absolutamente desastrosa a prestação do Conselho de Administração naquilo que foi a gestão de recursos humanos no Bloco Operatório, salientando que “apesar dos inúmeros e sucessivos apelos da gestão daquele Serviço, advertindo para a eminente rutura, para necessidades de renovação da equipa e de resposta a necessidades estruturais, entre 2013 e 2016, a Direção de Enfermagem retirou do Bloco Operatório um total de 8 enfermeiros, sem a respetiva reposição".
Para o Presidente do CDR, esta “delapidação irresponsável", aliada a outras decisões do Conselho de Administração com incidência sobre os recursos humanos daquele hospital “levaram ao adensamento das necessidades em enfermeiros no Bloco Operatório e culminaram com o sucessivo encerramento de salas operatórias no ano de 2018”, acusou. Para Luís Furtado, “a completa ausência de objetivos claros, a deficiente comunicação com a organização, a ausência de orientação estratégica e de compromisso na resolução dos problemas, empurrando-os com a barriga como se eles não existissem, fizerem com que profissionais, antes profundamente comprometidos com a instituição e a ela dedicados, se sintam, atualmente, completamente desmotivados e desamparados”. O Presidente do CDR foi mais longe e afirmou que "neste momento, há um Conselho de Administração completamente isolado e encurralado na sua incapacidade de responder às exigências da organização."
ADMINISTRAÇÕES HOSPITALARES
No início do ano de 2019 e durante a cerimónia de abertura das II Jornadas de Pneumologia que tiveram lugar no auditório do HDES, Luís Furtado teceu críticas àquilo que considera ser "ausência de liderança" e "falta de compromisso" por parte das estruturas organizativas hospitalares.
"A motivação dos profissionais de saúde tem vindo a ser fortemente beliscada por via da ausência de liderança, de direções erráticas e sem uma clara visão de conjunto e uma completa inexistência de objetivos - que mais parecem querer sobreviver ao invés de existir - com pouco, ou nenhum, compromisso com aquilo que é a resolução dos problemas concretos destes profissionais, problemas que comprometem fortemente o seu desempenho e a possibilidade de fazerem mais e melhor, quadro do qual não se isenta o HDES", acusou o Presidente do CDR.
Apesar da crítica feita às administrações hospitalares, Luís Furtado, elogiou os profissionais de enfermagem que "apesar de tudo, conseguem encontrar a força e o alento para continuarem a fazer bem, independentemente do ambiente organizacional que os rodeia".
DEBATE SOBRE SAÚDE
No dia 23 de abril de 2018, o Enf. Luís Furtado participou no programa “Sem meias Palavras” da RTP Açores.
Durante mais de uma hora de debate discutiram-se temas como o Regulamento Geral de Deslocações, as Lista de Espera Cirúrgicas e os Recursos Humanos no Serviço Regional de Saúde.
Participaram neste amplo debate e para além do Presidente do CDR, o Secretário Regional da Saúde e os Representantes da Ordem dos Médicos e o do Sindicatos Independente dos Médicos.
Veja ou reveja aqui o programa.
O CASO DA RUTURA DE FÁRMACOS NO CENTRO DE SAÚDE DA RIBEIRA GRANDE
Um dos assuntos que mereceu maior destaque durante os últimos 4 anos de mandato, foi aquele relacionado com a rutura de fármacos no Centro de Saúde da Ribeira Grande, situação sinalizada e denunciada pela Secção Regional no ano de 2017.
Este tema foi discutido na Comissão de Assuntos Sociais, tendo o Presidente do Conselho Diretivo Regional, Enf. Luís Furtado, sido ouvido no dia 23 de novembro de 2017
O caso fez correr alguma tinta e na sequência de declarações do Secretário Regional da Saúde, proferidas à LUSA em outubro de 2017, qualificando a intervenção da Secção Regional como alicerçada no “anúncio constante”, o Conselho Diretivo Regional da Secção Regional, clarificou a situação através de um comunicado, datado de 31 de outubro de 2017.
Após especificar toda a atuação da Secção Regional durante este caso, nomeadamente com as datas em que foram pedidas explicações sobre os fatos à USISM, o comunicado termina referindo que, “A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros está empenhada, não “no anúncio constante” da falta de medicamentos [até porque a Secção Regional não fez qualquer anúncio sobre esta matéria, muito menos constante], mas antes em cumprir com as suas atribuições estatutárias e salvaguardar a qualidade e a segurança dos cuidados de Enfermagem, e de saúde em geral, prestados na Região Autónoma dos Açores, de resto preocupação que deveria ser comum a todos os agentes e entidades que têm responsabilidade no Sector da Saúde e no Serviço Regional de Saúde”, pode ler-se no comunicado de 31 de outubro de 2017.
CDR/LF/LL/rcl