Enfermeiros militares

  • 30-06-2021

Na sua dinâmica de proximidade, dirigentes da secção Sul da Ordem dos Enfermeiros visitaram esta terça-feira os centros de vacinação do Estádio Universitário, do ACES Lisboa Norte. Um abraço alargado aos Enfermeiros militares que no pavilhão 3 servem esta missão de luta contra a pandemia, mesmo ao lado dos colegas não militares, no pavilhão 1, todos juntos num mesmo espírito e na mesma frente de dignificação da Enfermagem, por uma causa maior que é o bem do país e da humanidade.

 

No pavilhão1, com Enfermeiros civis, imperava a azáfama normal, semelhante aos demais centros de vacinação, destacando-se a perfeita articulação entre o pessoal de apoio que orienta os utentes para os locais de espera e de recobro, sempre com a atenção focada nos Enfermeiros que à porta dos gabinetes lançam um sinal a indicar disponibilidade para vacinar o próximo. E quando o Enfermeiro levanta a mão, logo alguém de colete laranja informa a pessoa sentada de que pode levantar-se e dirigir-se para aquela mão que só baixa depois de se assegurar visionada. Passado cerca de três minutos, a pessoa sai do gabinete, despede-se do Enfermeiro com palavras de apreço e de agradecimento, levando de volta um sorriso, e logo um outro colete laranja lhe indica o local do pavilhão para onde tem de se dirigir, encontrando no percurso alguém a oferecer um saco de papel com água e um pequeno pacote de bolachas que poderá consumir já na sala de recobro, entretanto indicada por outra pessoa de apoio, onde deverá passar uma meia hora ou a conversar ou a olhar para o telemóvel. A maioria olha para o telemóvel…

 

Com um constante movimento, o interior daquele enorme pavilhão desportivo foi divido em três espaços: o espaço de acolhimento e de preenchimento do impresso, o espaço com os gabinetes de vacinação de cerca de um metro quadrado cada um, e o espaço de recobro. São visíveis no chão as linhas de marcação dos jogos ali praticados, assim como os cestos de basquetebol e os balneários que servem de WC para os utentes. E muita luz. A luz é, ali, um elemento essencial.

 

Em cada um dos gabinetes são vacinadas, em media, duas pessoas a cada cinco minutos. Mas, apesar da azáfama, há silencio e o ambiente é acolhedor e muito organizado. Sobressai a serenidade dos Enfermeiros, para quem os utentes olham com um misto de admiração e de desconfiança, pois reconhecem a tranquilidade e o espírito de missão com que enfrentam aquela correria, pensando, ao mesmo tempo, que serão eles de seringa na mão quem lhes vai espetar uma agulha no corpo para injectar um líquido que depois poderá causar, ou não, alguns efeitos sempre incómodos. Aqueles efeitos de que todos falam, mas sempre com a esperança de que só acontece aos outros…

 

Entre a tensão da vacina e o ambiente humano ali instalado vê-se no rosto das pessoas uma sensação de libertação. Vacina tomada, eventualmente agressiva, mas em ambiente profundamente humano.

 

De facto, sobressai a humanidade naquele centro de vacinação. Em todos os outros também. As pessoas entram nos gabinetes com rosto franzido, algumas rugas na testa, e saem de lá de rosto sereno, algumas, a maioria, despedem-se do Enfermeiro com um sorriso ternurento.     

 

Os militares

Ambiente muito semelhante a equipa da SRSul encontrou no pavilhão 3 do Estádio Universitário, onde a responsabilidade da vacinação está entregue aos militares dos três ramos das Forças Armadas.

 

São militares, mas são também Enfermeiros que administram as vacinas, com o mesmo zelo, o mesmo profissionalismo, a mesma entrega dos colegas civis mesmo ali ao lado. Civis ou militares, ambos, para o exercício da Enfermagem, juraram respeitar a dignidade e os direitos da pessoa humana, sendo que aos militares acresce o juramento de “defender a Pátria e estar sempre pronto para lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com sacrifício da própria vida.” Este é o juramento que cada militar faz, individualmente, perante a Bandeira Nacional, em prol de toda a comunidade, sem qualquer tipo de discriminação.

 

Mas, na essência, o que encontrou em ambos os pavilhões a equipa da SRSul, constituída pelo presidente Sérgio Branco, Sílvia Fernandes, do conselho directivo, e Marco Job Batista, presidente do Conselho de Enfermagem, foi um grande espírito de entrega envolto em enorme profissionalismo.

 

No pavilhão 1, o presidente da SRSul agradeceu a todos os Enfermeiros o trabalho realizado, enaltecendo a forma como têm dignificado a profissão, com sacrifício da própria vida, para que os portugueses tenham mais vida. No pavilhão 3, Sérgio Branco alargou o agradecimento e o reconhecimento aos Enfermeiros que, com farda militar, têm sido, também, um exemplo de dedicação e profissionalismo em todo o mundo, espalhados por dramáticos cenários de guerra, em missões de paz, fazendo soar com encanto o nome de Portugal e dos Enfermeiros formados sob o brilho da sua Bandeira.

 

Estas visitas de proximidade vão continuar….