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27-04-2023
Enfermeiros com papel central no sucesso da vacinação
Desde que o Programa Nacional de Vacinação (PNV) entrou em vigor em 1965 que conquistou a confiança da população portuguesa, que vê o acto de tomar a vacina como algo essencial para a saúde e qualidade de vida. Na Semana Mundial da Vacinação (24 a 30 de Abril), que coincide em parte com a Semana Europeia da Vacinação (23 a 29), o tema em 2023 da Organização Mundial da Saúde é recuperar o tempo perdido, com algumas vacinas a terem ficado por administrar durante esse período: "The Big Catch-Up".
A erradicação de doenças e o controlo de outras, como o sarampo ou o tétano, ajudou a conquistar essa confiança, que se manteve em Portugal após a fase pandémica da covid-19. "Não vemos qualquer diferença quanto à confiança ou dúvidas relativamente às vacinas", garante Ana Mourato.
A Enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia em funções na USF de Portel realça que mesmo durante a pandemia, a vacinação das crianças foi sempre prioritária, para que nenhuma vacina do PNV ficasse por administrar. No entanto, quando se fala de outras idades, de adultos por exemplo, neste momento tenta-se precisamente actualizar algumas vacinas em falta, no que diz respeito à imunização contra o tétano.
"Nos adultos, quando administrávamos a da gripe, verificávamos se tinham o plano em dia. Quando não tinham a do tétano, era ali a oportunidade para administrar", refere Ana Mourato. Porém, com a toma da vacina da gripe e da covid-19 a ser simultânea, essa prática já não acontece, sendo pedido um agendamento posterior para dar a vacina do tétano. "Essa recuperação está a ser feita", considera a enfermeira.
Se a vacina da covid-19 gerou inicialmente algumas dúvidas, muito devido à forma rápida como surgiu, tal não "contagiou" a confiança nas restantes que fazem parte do PNV. Em Portugal continua-se a acreditar na eficácia e segurança das vacinas.
E quando se fala de vacinação, os enfermeiros assumem um papel central. Estão presentes em todas as etapas e não apenas no acto da vacinação em si. No antes e depois também se destacam, seja na gestão logística e na avaliação prévia do utente, na monitorização e intervenção em possíveis efeitos secundários e educação para a saúde.
O lado humano também está muito vincado nesta importante função. Seja a lidar com crianças que, como refere Ana Mourato, às vezes requerem algum poder de negociação, como até com adultos, pois há sempre aquele que, por exemplo, está mais desconfortável com as agulhas!
"Na maior parte dos Centros de Saúde onde é administrado o Plano Nacional de Vacinação, pelo menos a realidade que tenho conhecimento no Alentejo, as pessoas acabam por nos ver como alguém próximo. O enfermeiro de família aqui é muito próximo e todos estão à vontade para nos perguntar se é seguro ou não e também essas questões do medo das agulhas! Há essa proximidade", realça.