Ordem denuncia contratos de 60 horas semanais em Cascais

  • 13-11-2018

A Ordem dos Enfermeiros visitou o Hospital de Cascais, onde confirmou a existência de situações que põem em causa a segurança na prestação de cuidados de Enfermagem, designadamente ao nível do não cumprimento das dotações seguras, com contratos de 250 horas mensais de trabalho, 62,5 horas por semana, com Enfermeiros.

 

“Esta carga horária semanal configura um gravíssimo risco na segurança dos cuidados prestados e também na qualidade dos mesmos. Pese embora este Hospital seja uma PPP, à semelhança do Hospital de Braga, nada impede que possa aplicar também as 35 horas definidas para todo o SNS”, sublinha a Bastonária num ofício enviado à ministra da Saúde a dar conta da situação que se vive naquele hospital. 

 

Na visita a Cascais, onde a Bastonária foi acompanhada pelo vice-presidente da OE, presidente do Conselho de Enfermagem e Presidente da Secção Regional Sul, a Ordem constatou ainda a existência de serviços com apenas um Enfermeiro a assegurar um turno, entre as 20h00 e as 8h30, ou ainda a mobilização de Enfermeiros, durante o turno em curso, para outros serviços que não conhecem.

 

“Os Enfermeiros não são funcionários de supermercado, que ora estão na secção do pão, ora na secção de legumes. São altamente especializados e não podem exercer cuidados de Enfermagem nestas condições”, acrescenta a Bastonária, revelando que o Conselho de Administração do Hospital de Cascais não aceitou bem a exposição destas fragilidades e acabou por desmarcar uma nova visita de acompanhamento que na ocasião tinha ficado marcada.

 

“Os Hospitais, ou qualquer outra instituição do SNS, não podem continuar a funcionar à custa do sacrifício pessoal e profissional dos Enfermeiros. Enfermeiros exaustos estão sujeitos a um aumento do risco de erro e como tal a um aumento da insegurança dos cuidados prestados”, lembra, mais uma vez, a Bastonária da OE, acrescentando que “fechar os olhos a ilegalidades praticadas por serviços da Administração Pública é negar a função social de uma ordem profissional”.

 

Veja aqui a notícia do Observador.