Enfermeiros marcam presença na 89.ª Feira do Livro de Lisboa

  • 29-05-2019

"Maternidade na Adolescência" é, desde logo, um assunto que atrai as atenções. O tema vai ser debatido por Enfermeiros na Feira do Livro, em Lisboa, dia 2 de Junho, pelas 17 horas, na Praça Laranja – pavilhão A53 a A55, a propósito da apresentação do livro “Maternidade na Adolescência”, da autoria da Enfermeira Paula Sarreira de Oliveira (na foto), professora na Escola Superior de Saúde Egas Moniz. Trata-se de uma edição da Universidade Católica Editora que lançará a obra no mercado apenas em Setembro. Ao lado da autora vão estar outros Enfermeiros, nomeadamente Graça Nascimento, Directora Adjunta do Departamento de Programas Transversais em Enfermagem da Luz Saúde.

 

Os especialistas, moderados pelo Jornalista Licínio Lima, vão conversar sobre esta realidade que, não estando a aumentar, mantém ainda Portugal no 12.º lugar entre os países europeus de maior prevalência. Os mais atingidos continuam a ser os grupos sociais economicamente mais desfavorecidos. Na verdade, “os números mantêm-se constantes nos grupos populacionais mais vulneráveis e em determinadas zonas do país, como nas periferias das grandes cidades”, diz a antiga ministra da Saúde, Ana Jorge, que prefacia a investigação.

Aliada à diminuição geral das gravidezes na adolescência pode estar o facto de haver menos adolescentes, a par da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. Mas, também é verdade que o acesso a consultas de planeamento familiar tem igualmente contribuído para melhorar o panorama. De todos os modos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2015 nasceram, em media, seis bebés por dia de mães com idades compreendidas entre os 11 e os 19 anos.

 

Estes números não podem ser ignorados. Mas, a perspectiva de análise pode ser questionada. Deverá a problemática cingir-se ao paradigma biomédico e ao conceito de risco, como mostra a maioria dos estudos, ou deverá ter uma outra abordagem?

 

O livro da Enfermeira Paula Sarreira de Oliveira, neste aspecto, é uma lufada de ar fresco porquanto entende que antes de se avançar com teorias pré-definidas se deve antes perscrutar quais as expetativas das adolescentes acerca da ajuda que se lhes oferece. Ao invés de estarem preocupadas em saber como amamentar ou como enfrentar os choros imprevistos dos seus bebés, as mães estarão, porventura, mais expetantes relativamente ao modo como vão ser acompanhadas.

 

Diz a professora: “As mães adolescestes valorizam a relação de proximidade que estabelecem com os Enfermeiros”. Assim, “é imprescindível que os Enfermeiros assumam o seu papel, enquanto educadores em saúde, desenvolvendo um diálogo de suporte, tornando as mães melhor informadas e preparando-as para cuidarem de si e dos seus bebés”, sublinha a Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária.

 

A proximidade fará toda a diferença, tanto mais que se trata de mães maioritariamente oriundas de contextos familiares complicados e que não frequentaram, ou frequentaram muito tardiamente, as consultas e os apoios de vigilância de saúde materna. Por isso, a Enfermeira, para este seu trabalho de pesquisa, envolvendo cerca de 250 jovens, partiu da seguinte questão: “Quais as aprendizagens prioritárias no desempenho do papel maternal das mães adolescentes pós-parto?”

 

Antes de aplicar uma receita, o Enfermeiro deverá “identificar precocemente as necessidades de mães e filhos, de acordo com as características culturais de cada adolescente”. Só assim é possível transmitir confiança para melhor assumirem o seu papel de mãe, explica a também doutorada em Enfermagem Avançada pela Universidade Católica Portuguesa.

 

A partir do trabalho no terreno, com vista à elaboração deste livro, a investigadora conclui que “a visita domiciliária, efetuada pelas Enfermeiras, foi promotora de apoio importante na adaptação ao seu papel, nomeadamente porque se sentiram ouvidas, foram encorajadas a elaborar questões sobre as suas dúvidas, facto que influencia positivamente a autoconfiança”.

 

Para Paula Sarreira de Oliveira, “este processo envolve um complexo conjunto de responsabilidades em que os profissionais de saúde, nomeadamente os Enfermeiros, poderão ter um papel vital”. Na verdade, sublinha, “o bem-estar da grávida e dos pais adolescentes influencia o desenvolvimento da criança do ponto de vista físico, cognitivo, comportamental e emocional”.

Dia 2 de junho, pelas 17 horas, na Praça Laranja – pavilhão A53 a A55, no coração da Feira do Livro, em Lisboa, a conversa em volta deste tema acontece e todos estão convidados a participar, em especial os Enfermeiros que trabalham mais directamente com jovens… 

 

Mas, há mais Enfermeiros na Feira do Livro a apresentar as suas obras, num registo diferente.

 

Lúcia Matias, que integra da equipa dirigente da SRSul da Ordem dos Enfermeiros, vai estar a 30 de Maio presente para uma sessão de autógrafas no seu livro “Agarra-me” – um escrito de pensamentos que permite sonhar. No pavilhão B10, às 20 horas.

 

No dia 31, no Espaço Chiado, é a vez da Enfermeira Liliana Rodrigues oferecer autógrafos aos seus leitores na obra (Des)Emoções. Às 17 horas.

 

A Enfermeira Carmen Garcia vai estar à conversa com os seus leitores no dia 2 de Junho, pelas 16 horas, na Praça Amarela. O tema versará sobre os seus escritos no Blog “Mãe Imperfeita” de que já resultaram vários livros.