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21-03-2025
A poesia da enfermagem

No dia Dia Mundial da Poesia, homenageamos a palavra escrita e falada, enaltecendo a beleza da linguagem e a força da expressão poética. Este dia não pertence apenas aos poetas de profissão, mas também aqueles que dedicam a vida a cuidar encontram na poesia uma forma de dar voz às suas vivências e emoções.
É o caso de Paulo de Jesus Pinto, enfermeiro e poeta, que aproveita esta ocasião para dedicar um poema muito especial aos seus colegas de profissão, intitulado "A poesia da enfermagem".
Nascido em 1968, na Guarda, e residente em Lisboa, é enfermeiro desde 1991 e membro da Ordem dos Enfermeiros desde a sua fundação. A sua escrita reflete o quotidiano do cuidado, a entrega e a resiliência de quem trabalha na linha da frente da saúde. Autor dos livros Cuidado com o cão, poesia do quotidiano (2021) e Os abraços que não demos, poemas escritos em tempos de pandemia (2021), a sua obra faz parte do acervo da biblioteca da Ordem dos Enfermeiros, testemunhando o impacto da poesia no universo da enfermagem. Durante a pandemia, as suas palavras foram um refúgio e um alento, partilhando poemas nas redes sociais e participando em tertúlias para combater o isolamento social.
A poesia da enfermagem
Estende as mãos, vem ter comigo!
Preciso do teu saber, da tua atenção.
Preciso de ti, enfermeiro, pessoa, amigo!
Vem ter comigo, familiar nesta aflição!
Árvore de ramos fortes, robustos,
clorofila da vida, na tarde me acalma,
vem libertar-me de maiores sustos,
socorrer o meu corpo e dar-lhe alma!
Vem e traz (também) amor a toda a gente,
no teu jeito de quem sabe ser enfermeiro!
Traz a arte da palavra num ato competente
e serás a poesia da enfermagem, por inteiro!
Paulo de Jesus Pinto