Desfibrilhação comunitária nas ruas de Lisboa

  • 05-11-2019

Numa das artérias mais movimentadas de Lisboa, junto ao Marquês, vai ser instalado um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) para ser utilizado no socorro a pessoas vítimas de paragens cardiorrespiratórias.

 

O aparelho vai surgir na Rua Castilho, por onde circulam mais de 300 mil transeuntes por dia, e resulta de um protocolo celebrado esta terça-feira entre a Secção Regional (SRSul) da Ordem dos Enfermeiros e a Junta de Freguesia de Santo António (JFSA).

 

Se faz parte da missão de um Enfermeiro salvar vidas, da missão de um presidente de Junta também faz parte proporcionar segurança e qualidade de vida a quem reside ou circula na área autárquica. O protocolo assinado por Sérgio Branco, presidente da SRSul, e por Vasco Morgado, presidente da JFSA, tem em conta que em Portugal se registam mais de 25 mil mortes súbitas por ano, abrangendo todas as faixas etárias. Quem não se recorda do jogador Fehér que perdeu a vida em pleno jogo de futebol ao serviço do Benfica?

 

Ambas as entidades, ambos os presidentes, uniram esforços para que, cada um na sua área específica, possam contribuir para um socorro mais rápido e eficaz a vítimas de paragens cardiorrespiratórias. Sérgio Branco, acompanhado por dois membros da Direcção da SRSUL, Sílvia Fernandes e José Alexandre Abrantes, lembrou que, “por cada minuto que passa sem manobra de Suporte Básico de Vida (SBV) e desfibrilhação, a hipótese de sobrevivência diminui 7% a 10%”. Vasco Morgado acrescentou que, anualmente, mais de 700 mil adultos na Europa morrem de doença cardiovascular, fazendo desta a primeira causa de morte no Ocidente. E sublinhou: “Esta é mais uma forma de irmos ao encontro das necessidades reais dos nossos fregueses, trabalhadores na área da freguesia e visitantes”.

 

A ideia é pois servir a comunidade colocando na rua um DAE que possa ser aplicado por pessoas devidamente treinadas. Neste sentido, o protocolo prevê que a JFSA indique o local e assegure a instalação da estrutura de suporte do aparelho. À SRSul caberá assegurar que o DAE se mantenha em boas condições de manutenção e providenciar formação a pessoas que se possam tornar operacionais do DAE.

 

Tendo presente que apenas 5% de vítimas de morte súbita sobrevivem em locais onde não existe uma cultura de reanimação, os dois presidentes salientaram que este é um “protocolo de serviço à vida”.

 

Sérgio Branco especificou: "É um acto de responsabilidade social por parte da Ordem dos Enfermeiros criar as condições necessárias que capacitem as populações para gestos que podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Para que todos juntos possamos salvar vidas".