Apelos à Ministra da Saúde

  • 18-03-2020

A situação actual dos serviços de saúde, face à pandemia que estamos a enfrentar, exige, além das medidas já propostas e anunciadas, que se operacionalizem, de imediato, planos de resposta adequados à contenção e mitigação de transmissão hospitalar, atento o número significativo de profissionais que se encontram já em situação de quarentena, sob pena de colapso na resposta das unidades de saúde.

 

Neste sentido, a Ordem criou uma lista de recomendações a nível nacional para serem implementadas nas unidades de saúde, as quais foram comunicadas, por ofício, ao Ministério da Saúde, a quem apela à sua implementação.

 

Entre as recomendações genéricas, propõe-se, além das medidas já anunciadas anteriormente, a criação de centros COVID-19, com equipas multidisciplinares exclusivamente dedicadas, permitindo uma clara e urgente separação entre  suspeitos/infectados com a COVID-19 e os restantes utilizadores dos serviços de saúde, bem como a criação de um gabinete de crise do Ministério da Saúde, assessorado por técnicos especializados cedidos pelas ordens profissionais da Saúde.

 

A nível dos hospitais e serviços de saúde, destacam-se ainda as seguintes medidas:

 

 

- Garantir reforço orçamental imediato com autonomia de gestão aos Conselhos de Administração;

 

- Suspender toda a actividade cirúrgica programada, consultas e meios de diagnóstico não urgentes, na totalidade das unidades prestadoras de cuidados de saúde, seja público, privado ou social

 

- Suspender as situações de acumulação de funções de todos os profissionais de saúde, com excepção daqueles que se encontram a prestar cuidados urgentes, como seja INEM, centros de diálise ou outros;

 

- Criar um Gabinete de Apoio Psicológico nos hospitais que integre Enfermeiros especialistas de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica e um gabinete de crise coordenado pelo Enfermeiro Director

 

- Requisição de recursos humanos, equipamentos e EPI a unidades de saúde do sector privado e social

 

- Aquisição urgente de ventiladores, aparelhos gasimetria e monitores de sinais vitais

 

- Implementação de escalas de trabalho que possibilitem o apoio familiar, a menor rotatividade de contacto entre profissionais e doentes

 

-Garantir a alimentação da equipa multidisciplinar nos serviços críticos de forma a não se deslocarem a refeitórios ou bares

 

A Ordem apresenta ainda medidas ao nível dos espaços públicos, transportes, comércio e transacções, designadamente a desinfecção diária de todo o espaço público com equipas devidamente protegidas, a criação de circuitos condicionados em todos os espaços de comércio e a suspensão dos custos extra em todos os meios de pagamento por plataformas, como o MBWAY.

 

Além das medidas elencadas, reforça-se a necessidade de contratação de Enfermeiros, de forma a garantir a segurança na prestação dos cuidados.

 

Face à extensão das medidas propostas no ofício enviado à ministra, disponibiliza-se o mesmo para leitura na íntegra aos interessados.