Ordem dos Enfermeiros considera incompreensível ausência de enfermeiro nos Conselhos Directivo das ARS

Lisboa, 13 de Outubro de 2011 – A Ordem dos Enfermeiros (OE) entende que o Sr. Ministro da Saúde e o Sr. Primeiro-Ministro desperdiçam meios que têm ao seu dispor.

A não inclusão de enfermeiros, dos serviços públicos, com competências de gestão como elementos dos Conselhos Directivos das Administrações Regionais de Saúde (ARS) do Norte e do Centro, ontem nomeados, merece o total desacordo da OE, na medida em que empobrece a capacidade de melhoria da gestão do Serviço Nacional de Saúde.

Desse modo, a OE irá entregar hoje esta sua posição ao Chefe de Governo e ao titular da pasta da Saúde, bem como o alerta para as consequências que daí decorrem na expectativa de que seja corrigidas as decisões tomadas e as que se preparam.

A OE considera inadmissível e incompreensível a não participação de enfermeiros nestes órgãos de decisão. Tal resolução, ontem publicada, terá implicações na organização e gestão das respostas em saúde, nomeadamente nos cuidados de proximidade assim como seguramente no aumento dos custos por ausência dessas respostas devidamente articuladas.

O envolvimento dos profissionais que determinam a prestação de cuidados de saúde – médicos e enfermeiros – na gestão estratégica do Ministério da Saúde já era fundamental no passado mas adquire particular relevância nos dias de hoje, em que são exigidas restrições muito significativas nos cuidados que se prestam aos portugueses.

É reconhecido por vários actores da saúde que a presença continuada de um enfermeiro no Conselho Directivo da ARS do Norte trouxe mais-valia no diagnóstico das situações e na implementação de medidas que alteraram o panorama das respostas em saúde aos cidadãos e nas responsabilidades profissionais dos que as suportam.

Consideramos, pois, um desperdício dos saberes e competências dos enfermeiros a sua saída destes órgãos de gestão, sem que seja claro para a OE o objectivo subjacente a tal decisão, a qual consideramos que empobrece a visão integrada em termos de gestão estratégica dos conselhos de administração das ARS.

Entendemos ainda que esta decisão desequilibra a composição dos conselhos directivos nomeados e demonstra uma visão restrita do que se exige a estas estruturas de gestão.

A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros,
Enf.ª Maria Augusta Sousa

MAS - GCI/AS