Carta aos Sindicatos

  • 08-08-2018

Senhores (as) Presidentes,

 

Em resposta a um apelo público do SINDEPOR, a OE convidou todos os Sindicatos para reunir na sua sede, a casa dos 72 mil Enfermeiros, no dia 6 de Agosto.

 

O SE e o SIPE foram os únicos a não confirmar a sua presença e, em declarações à Agência Lusa, referiram não ter respondido por terem sido convidados dois Movimentos de Enfermeiros para a reunião.

 

Em reuniões anteriores, a OE convidou estes Movimentos, um dos quais até já se constituiu em Associação, por entender que têm tido um papel fundamental na defesa de uma nova carreira, estruturada de acordo com o que a maioria dos Enfermeiros quer. Durante os protestos do ano passado, desconhecemos o envolvimento directo de outras Associações ou Movimentos de Enfermeiros.

 

A ASPE, o SEP e o SERAM, a duas horas do início da reunião, enviaram um email a cancelar a sua presença, invocando estar em negociações conjuntas. O facto deste cancelamento ter ocorrido com tão pouca antecedência fez com que alguns representantes de outras estruturas já estivessem em Lisboa, não se compreendendo esta atitude.

 

Apesar disso, a OE congratula-se por ter contribuído para a união de todos os Sindicatos da classe, esperando que esta união se concretize numa única mesa negocial, o que aliás, Ordem e Enfermeiros pedem há muito.

A OE não faz, nem pretende fazer, trabalho sindical. Mas esse trabalho deve ser convergente, a bem dos Enfermeiros, das pessoas e do País. E não está a ser entendido pela classe o agendamento de uma greve de apenas dois dos seis Sindicatos do sector, embora, naturalmente, existam motivos para uma greve.

 

Está, evidentemente, a Ordem disponível para reunir com todos os Sindicatos no dia 22, embora tivesse sido útil o agendamento de uma reunião antes da greve que já está convocada e não depois.

 

Tal como aconteceu com diversos partidos e líderes partidários que pretenderam reunir com a OE, esses encontros ocorreram na sua sede. A nossa Ordem é a única estrutura congregadora dos 72 mil Enfermeiros.

 

Também neste caso, e porque cada Sindicato representa os seus associados, teremos todo o gosto em reunir naquela que é a casa de todos nós, no mesmo dia e à mesma hora. Os assuntos dos Enfermeiros devem discutir-se na nossa casa.

 

Se algum dos Sindicatos se opõe à presença do MNENF e do MNEESMO deve indicá-lo, porque numa atitude nobre e desprendida, estas duas estruturas já fizeram saber à OE que prescindem de estar presentes, se isso for impedimento para a realização da reunião.

 

Caso não pretendam reunir na sede da OE, e porque em tempo já entregámos a cada um de vós a posição escrita sobre uma futura carreira (está publicitada no site da OE), desejamos as maiores felicidades para o entendimento e união que todos pretendemos.

 

Por fim, estaremos sempre disponíveis para ajudar a criar consensos, com transparência, frontalidade e, sobretudo, que levem à construção de uma carreira que respeite os normativos legais da regulação que compete à OE e que devolva a dignidade a gente que cuida de gente todos os dias sem condições para o fazer, sem reconhecimento salarial, sem reconhecimento dos CIT, com número insuficiente de Enfermeiros, sem categorias diferenciadas, sem uma idade de reforma justa e adequada ao esforço e penosidade da profissão e sem uma transposição efectiva para o Sector Privado e Social, já que estes Enfermeiros não são menos que os outros e as cédulas que a Ordem emite são iguais para todos, sujeitos aos mesmos deveres e direitos.