SRSul nos centros de vacinação

  • 19-03-2021

Dirigentes da SRSul da Ordem dos Enfermeiros visitaram no dia 18 dois centros de vacinação do ACES Arco Ribeirinho: o de Moita e o do Barreiro. Os centros resultam da cooperação entre o ACES e a autarquia, permitindo às populações locais o acesso à vacina em estruturas bem equipadas e organizadas. Com Sérgio Branco, presidente da SRSul, esteve Sílvia Fernandes, membro do conselho directivo, e Marco Job Batista, presidente do Conselho de Enfermagem Regional. A equipa foi dar um sinal de proximidade da Ordem e, ao mesmo tempo, apoiar os Enfermeiros dos Cuidados de Saúde Primários nesta árdua tarefa de vacinação em massa de todos os portugueses, além de efectuar, também, um diagnóstico da realidade.

 

Os espaços de vacinação foram montados pela autarquia do Barreiro, separados dos centros de saúde. Conforme constatou Sérgio Branco, as estruturas permitem aos utentes e aos profissionais usufruírem de boas condições de vacinação. Além dos Enfermeiros, estão presentes funcionários da autarquia para o apoio logístico. A equipa viu de forma muito positiva toda a dinâmica e organização registados naqueles dois centros.

 

Os Enfermeiros estão a desempenhar a sua missão com todo o profissionalismo, mas, segundo Sérgio Branco, manifestaram-se preocupados com os seus serviços de origem. Na maior parte dos casos, segundo disseram, não foram substituídos. Ou seja, os serviços não-covid daquele ACES correm o risco de ficarem desfalcados com eventuais prejuízos graves para as pessoas que necessitam de ser acompanhadas em continuidade. “Isto resulta, também, da crónica falta de Enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde”, observou o presidente da SRSul.

 

O que se pode melhorar?

Para melhorar todo aquele processo de vacinação, Sérgio Branco propõe que haja um espaço de tempo mais dilatado entre a data indicada para a vacinação e o momento em que a ARS faz chegar aos ACES a lista dos utentes a vacinar. “Por vezes, o ACES tem apenas 24 horas para convocar as pessoas e muitas delas, sobretudo as mais idosas, dependem dos familiares para receberem as comunicações”, explicou, chamando também atenção para o facto de, em muitas situações, as bases de dados com os contactos dos utentes se encontrarem desactualizadas.

 

Um outro aspecto a melhorar, seguindo a equipa da SRSul, seria a centralização da informação. Acontece que um mesmo ACES tem as suas próprias bases de dados inseridas em mais do que um servidor, obrigando a várias consultas por diferentes canais para encontrar uma mesma pessoa.  Facilitaria se existisse um sistema de informação único no SNS que seja acessível em qualquer unidade de saúde e onde o processo do doente seja um único, agregando toda a informação clínica. “Ganhar-se-ia muito tempo”, garante Sérgio Branco, lembrando que esta falta de inter-operabilidade entre plataformas informáticas também se regista ao nível hospitalar.

 

A informação também pode ser melhorada. “Tem de ser clara e verdadeira, para que as pessoas mantenham sempre elevada a confiança no SNS e nos profissionais de saúde”, explicou Sérgio Branco. Segundo as suas palavras, o recente episódio da suspensão da vacina da Astrazeneca teve consequências por enquanto ainda incalculáveis, e não é com a ameaça de que a pessoa ou aceita a vacina ou vai para o fim da lista que se resolve o problema. “Temos de ser pedagógicos”, alertou.

 

Esta acções de proximidade da SRSul vão continuar. A equipa vai estar no ACES Seixal-Almada  na terça-feira, dia 23. “Sempre próximos para apoiar e ajudar a melhorar”, garantiu Sérgio Branco.