SR Sul Visitou a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo

  • 15-06-2018

A Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros visitou a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo em resposta à denuncia de colegas relativamente a situações geradoras de sobrecarga de trabalho colocando desta forma em risco a segurança dos cuidados e contribuindo para a já elevada taxa de absentismo.
 
Durante cerca de três horas de discussão, releva-se a notória falta de Enfermeiros para dar resposta à real necessidade de cuidados que agravará, caso nada seja feito, com a transição para as 35 horas. Este facto, trará a esta unidade um desfalque correspondente a 36 Enfermeiros, que segundo as palavras do Enfermeiro Director Joaquim Brissos, não havendo mecanismos de compensação por parte da tutela poderá levar a estratégias que passam pelo encerramento de camas ou serviços.
 
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo deve cerca de 50.000 horas aos seus Enfermeiros, situação que se tem vindo a arrastar desde há alguns anos e que actualmente não existe forma de ser corrigida. “Estamos a tentar travar a tendência, pagando todas as horas a mais como extraordinárias, evitando, a todo o custo, o aumento do numero de horas em dívida” afirmou o Enfermeiro Director.
 
A falta de Enfermeiros, obriga ao recurso a falso trabalho extraordinário, com a utilização de turnos extraordinários programados em escala, facto assumido durante a discussão. “Esta é uma técnica gestionária ilegal frequentemente utilizada na tentativa de compensar a falta de Enfermeiros. Como mecanismo ilegal que é, não obriga nenhum Enfermeiro ao seu cumprimento.” Afirma Sérgio Branco, Presidente da Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros.
 
No campo dos “direitos e garantias”, foi realçada a dificuldade em gerir recursos garantindo os direitos e garantias legalmente previstos. A falta de Enfermeiros nos serviços impossibilita a correcta gestão dos cuidados e obriga, muitas vezes, que os direitos de uns colidam com os direitos de outros, criando situações de conflito que condicionam a qualidade dos cuidados que aí se prestam.
 
“Os Enfermeiros estão fartos que os seus direitos e garantias sejam constantemente atropelados. Estes direitos e garantias estão consagrados, pelo estado português, a todos os cidadãos e nunca li em parte alguma que se aplica a todos “com excepção dos Enfermeiros”, ou, “só se o serviço permitir” realçou Sérgio Branco.