Enfermagem@Sul visita unidades de saúde do distrito de Évora

  • 06-12-2019

Foram três dias de intenso contacto com o mundo da saúde no distrito de Évora. Entre os dias 2 e 4 de Dezembro, aconteceu o abraço da SRSul aos Enfermeiros na sua realidade de todos os dias. Foram registados os seus êxitos, anseios e todos os constrangimentos que obstaculizam a prática da Enfermagem com qualidade e segurança.

 

No hospital do Espírito Santo, a última das unidades visitadas, no dia 4, sobressaiu a disponibilidade de todos os profissionais para acompanhar e tratar os utentes. Mas, também se sentiu o seu sofrimento devido às limitações impostas pela falta de recursos humanos e materiais, sobretudo nas urgências - de adultos e pediátrica.

Na Urgência de adultos constata-se, sobretudo, a falta de assistentes operacionais. A hora mais dramática será porventura a das refeições quando se verifica a incapacidade de se garantir o acesso à comida a todos os utentes sem autonomia. Há quem fique sem comer naquele período, alimentando-se, porventura, mais tarde, porque os auxiliares e enfermeiros não conseguem chegar a todos.

 

Também o próprio edifício não favorece o trabalho dos profissionais. A entrada na Urgência faz-se por uma porta sendo depois o utente atendido na outra ponta desse corredor, com os profissionais de saúde a clamarem licença para passarem com as macas. Na triagem, a segurança do Enfermeiro é mesmo periclitante… E os conflitos acontecem com alguma frequência.

Na urgência pediátrica questiona-se o elevado número de transferências que ocorrem durante a noite, ficando por vezes apenas um Enfermeiro, porque o outro vai a Lisboa acompanhar a criança. E as transferências acontecem na maior parte das vezes porque os meios técnicos de diagnóstico estão aquém das necessidades razoáveis, e é notória a falta de Enfermeiros e de cirurgiões pediátricos, entre outros constrangimentos.

 

Os doentes oncológicos também se queixam de esperas muito prolongadas para serem atendidos em consulta. E a sobrecarga de trabalho para os Enfermeiros é notória uma vez que devendo sair às 18:00, muitos só conseguem deixar o Hospital por volta das 21:00 horas. O elevado número de horas extraordinárias que são realizadas demonstra a necessidade de reforço do número de Enfermeiros para que possam trabalhar sem um desgaste acrescido.

 

Os Enfermeiros demonstraram também alguma preocupação relativamente à manutenção dos materiais imprescindíveis a um hospital, como é, por exemplo, um monitor numa Unidade de AVC. Um dos monitores foi para manutenção há mais de um ano e não voltou. Situações semelhantes são muito recorrentes, fazendo aumentar o stress dos Profissionais.

Dos três dias em Évora, tendo passado por todos os Centros de Saúde, a SRSul constatou o empenho e a seriedade com que os Enfermeiros encaram a sua profissão, ficando comprovado, mais uma vez, que são o pilar do sistema de saúde.  Sistema que se mantém vivo graças, muitas vezes, à sua generosidade solidária…

 

Nos dias 2 e 3 foram também de intensa actividade. Veja aqui e aqui o que se fez em Évora. Veja aqui algumas fotos.