Orçamento do Estado ignora medidas para fixação de Enfermeiros

Depois das sucessivas promessas do Governo sobre o descongelamento dos pontos e da carreira dos Enfermeiros, foi com surpresa e preocupação que a Ordem dos Enfermeiros constatou que o Orçamento do Estado não contempla qualquer medida específica para os Enfermeiros, limitando-se a referir-se a estes profissionais para fins estatísticos.

 

O documento apenas indica que há mais 13629 Enfermeiros desde 2015, mas ignora que, no mesmo período, mais de 15 mil emigraram, conforme os dados que a OE tem vindo a divulgar periodicamente – atualmente, estima-se que cerca de 20 mil tenham saído do País.

 

De facto, o número total de inscritos na OE passou de cerca de 68 mil, em 2015, para 80 mil na atualidade, mas o número de declarações para efeitos de emigração também continua a aumentar. Mais de metade dos cerca de três mil novos licenciados por ano não ficam no País.

 

Face aos dados que a OE recolheu até ao momento, sem novas medidas para a carreira da Enfermagem e para a fixação de Enfermeiros no País, arriscamo-nos a terminar o ano com um novo recorde de Enfermeiros a emigrarem, além daqueles que estão a abandonar a profissão.

 

Com apenas 2,9% do Orçamento para as despesas com o pessoal, a OE não vê onde cabe o compromisso para o descongelamento dos pontos para os Enfermeiros e para o internato da especialidade, que ao contrário das restantes profissões continua a ser pago pelos próprios Enfermeiros.