OE questiona Ministério Público sobre esquema na vacinação Covid-19

Na sequência das várias participações recebidas na OE, e após as várias notícias vindas a público que dão conta de situações suspeitas na vacinação contra a Covid-19, em particular autarcas e agora a situação no INEM denunciada pelos jornais, a Ordem dos Enfermeiros enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República a questionar se o Ministério Público tem conhecimento destes casos e se existe algum inquérito em curso.

 

Nos últimos dias chegaram à OE relatos de profissionais de Saúde que não estão incluídos nas listas de vacinação prioritária, de planos de administração da vacina com a inclusão de Enfermeiros como supletivos, de não profissionais de Saúde suspeitos de definirem pessoas ou grupos de pessoas a quem tem sido dado tratamento prioritário e ainda de pessoas não incluídas em qualquer grupo prioritário a quem já foi administrada a referida vacina.

 

É incontornável o risco a que estão expostos os Enfermeiros, que, diariamente, lidam com utentes que são ou podem ser transmissores, colocando em risco a sua própria saúde e a segurança dos cuidados prestados a outros.

 

Os profissionais de Saúde foram, e bem, incluídos na primeira fase de vacinação, como grupo prioritário, mas é também hoje um facto indesmentível que ainda há muitos profissionais de Saúde por vacinar.

 

Face ao que é público, e no espírito de colaboração que pauta a Ordem dos Enfermeiros, instituição representativa dos que exercem a profissão de Enfermeiro e a quem compete promover a defesa dos interesses gerais dos destinatários dos serviços de Enfermagem, representar e defender os interesses da profissão, bem como zelar pela dignidade da profissão, a OE decidiu enviar um conjunto de questões, como consta do ofício em anexo.

 

Não cabe à OE pronunciar-se sobre o que é ou não é crime, mas desde já se reserva ao direito de, sendo caso, vir a constituir-se Assistente.