Costumamos dizer que os livros não se gastam e que se é verdade que os leitores procuram livros, também é certo que os livros procuram os seus leitores. Livros há que duram uma vida e outros que se devora de um trago. Os que ficam na mesa de cabeceira e os que se arrumam, para nunca mais lhes pegar. Mas, como qualquer outro bem, os livros podem também ser comprados e vendidos, circular de mão em mão, de maneira a que a sua leitura nunca fique definitivamente terminada.
Um livro usado pode ter o rasto de quem o anotou, exibir a cor amarelada dos anos, conter o espírito de uma época ou a chave para compreender o que aí vem, mas não se gasta por ser mil vezes lido. Comprá-lo em segunda mão equivale a reutilizá-lo, poupando o abate de novas árvores e o dispêndio de outros recursos. E não faltando, certamente, livros esquecidos num qualquer arrecadação ou sótão, à espera de ser acordados da sua letargia.
Além da actividade livreira, a Tigre de Papel dispõe de um pequeno auditório onde realiza, com regularidade eventos de diversos tipos – desde lançamentos e conversas sobre livros, actividades para crianças e debates sobre temas diversos até projecções de cinema, concertos, leituras de poesia, etc. Pretendemos também ser, portanto, um lugar de encontro, fazendo os livros viver também através do saudável debate de ideias que suscitam. Localizando-se a tigre de Papel num bairro de Lisboa, as nossas escolhas vivem bastante da dinâmica local, ao mesmo tempo que procuramos também contribuir para essa mesma dinâmica. É essa também a função de um espaço como a Tigre de Papel.
