Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica já podem internar grávidas de baixo risco em trabalho de parto

  • 30-03-2024

A Orientação nº 2/2023 de 10/05/2023, atualizada a 26/03/2024, da DGS estabelece que “o internamento hospitalar de uma grávida em TP considerado de baixo risco pode ser realizado por um EEESMO”.

 

Assim, além de diagnosticar o início e assegurar os cuidados durante o trabalho de parto, os EEESMO já podem assumir, formalmente, o internamento de grávidas de baixo risco em trabalho de parto.

 

O grupo de trabalho multidisciplinar, criado especificamente para a elaboração desta Orientação, foi coordenado pelo Professor Diogo Ayres de Campos e integrado pelas Enfermeiras Irene Cerejeira e Alexandrina Cardoso, respetivamente ex e atual presidente da Mesa do Colégio da Especialidade em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (MCEESMO) da OE.

 

Luís Filipe Barreira, Bastonário da OE, refere que se trata de mais um passo para o “reconhecimento da preparação e competências dos Enfermeiros e, para mim, como Bastonário, é um motivo de grande satisfação.” E acrescenta “a formalização desta competência caminha no sentido da criação dos centros de parto normal, como a Ordem tem defendido.” Porém, Luís Filipe Barreira alerta que “este tipo de competências são importantes para melhorar o acesso a cuidados de saúde, mas terão também de constituir, no futuro, uma valorização dos EEESMO, em todos os aspetos do exercício profissional.”

 

A presidente da MCEESMO, Alexandrina Cardoso, diz que “a gravidez e o trabalho de parto não são doenças, até prova do contrário”, acrescentando que “a possibilidade de formalizar o internamento das grávidas em trabalho de parto de baixo risco, por parte dos EEESMO constitui uma mais-valia para a qualidade e a segurança nos cuidados.”

 

Alexandrina Cardoso diz, ainda, que “o respeito do trabalho de parto, enquanto processo fisiológico, é considerado como a opção mais saudável para a mulher e feto/recém-nascido. Os centros de parto normal representam uma estratégia para concretizar esse desiderato.”

 

E conclui “Os benefícios para a saúde são inequivocamente comprovados pelas evidências disponíveis: aumento da probabilidade de parto vaginal espontâneo e de períneo intacto, do nível de satisfação com os cuidados e com a experiência do parto e da probabilidade de sucesso na amamentação, e com tudo isto, menor probabilidade de cesariana, associado a menores custos em recursos humanos e materiais, menores taxas de intervenções, como analgesia neuroaxial, uso de ocitocina sintética, com taxas de mortalidade perinatal e índice de Apgar sobreponíveis.”