Ordem dos Enfermeiros responsabiliza Direção Executiva do SNS por caos nas urgências

 

A Ordem dos Enfermeiros responsabiliza a Direção Executiva do SNS pela situação caótica que se vive atualmente nos hospitais de norte a sul do país.

 

Desde o primeiro momento que a OE se opôs à decisão de permitir a vacinação nas farmácias e considera que esta opção levou à diminuição da taxa de cobertura vacinal que se encontra abaixo dos valores registados em anos anteriores.

 

O último boletim do Instituto Dr. Ricardo Jorge dá conta de que o vírus da Gripe A é responsável por 96% dos casos de gripe que dão entrada nos vários serviços de saúde, sendo que a maioria dos doentes internados não está vacinado.

 

A Ordem dos Enfermeiros reitera que a estratégia de vacinação deve continuar centralizada nos cuidados de saúde primários, a cargo dos enfermeiros de família.

A mudança de estratégia, que custou cerca de 12 milhões de euros, teve impacto negativo na saúde da população, como se pode verificar nos indicadores relativos à taxa de mortalidade por gripe, que aumentou 21% em comparação com o período homólogo.

 

A Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Comunitária da OE, lembra que a vacinação é uma das estratégias mais poderosas de prevenção da doença e alerta para o facto de a taxa de imunização ser a pior dos últimos 5 anos.

 

A prioridade do Governo deve passar pelo reforço dos recursos dos cuidados de saúde primários em vez de canalizar verbas para empresas privadas sem competência para garantir condições adequadas à administração de vacinas.

 

Ao longo dos anos, Portugal manteve uma das mais elevadas taxas de cobertura vacinal do mundo e esse mérito é dos Enfermeiros.