Comunicado - Ordem repudia agressão a Enfermeira e exige medidas concretas

  • 08-01-2020

A Ordem dos Enfermeiros repudia veementemente a agressão de que foi alvo uma Enfermeira, esta madrugada, nas Urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, bem como a situação que se seguiu, ficando a Enfermeira impedida de prosseguir o seu trabalho, devido às lesões sofridas, enquanto os agressores permaneceram no local.

 

Esta é mais uma situação que demonstra a necessidade de medidas concretas, que vão muito além da criação de um gabinete de segurança, designadamente ao nível da prevenção, em primeiro lugar, repressão e punição.

 

De acordo com o relato que chegou à OE, o polícia de serviço naquele local estava, na altura da agressão, a tomar conta de uma outra ocorrência, pelo que a Enfermeira foi socorrida por um outro elemento das forças de segurança que se encontrava a acompanhar um doente de saúde mental. Esta situação remete-nos para uma necessidade imperativa do reforço de segurança nos estabelecimentos de saúde, em particular nas Urgências, onde ocorrem a maioria dos episódios. Por outro lado, e também segundo o relato que chegou à OE, na sequência das agressões, a vítima foi impedida de prosseguir o seu trabalho devido às lesões sofridas, que são visíveis, mas nada aconteceu aos agressores, que mantiveram a possibilidade de continuarem naquele espaço e de serem assistidos.

 

Isto não pode continuar a acontecer. É tempo de implementar medidas concretas a nível judicial. É tempo de alterações penais, tal como aconteceu quando o País decidiu enfrentar o fenómeno da violência doméstica. São necessárias medidas imediatas e visíveis. Aliás, a este propósito, não entendemos como é que se realiza uma reunião entre a ministra da Saúde e o ministro da Administração Interna e a ministra da Justiça é excluída da discussão sobre esta situação. É criado um gabinete de segurança, esquecendo-se que já antes fora criado, pela DGS, um Observatório Nacional da Violência Contra os Profissionais de Saúde no Local de Trabalho. E o que mudou? Nada. A situação só piorou, como demonstram as estatísticas mais recentes.

 

A Ordem dos Enfermeiros não deixará de recorrer a todas as instâncias necessárias para travar esta situação e conseguir a implementação de medidas concretas.

 

Neste momento, a OE está em contacto com a Enfermeira agredida, a quem presta toda a sua solidariedade, disponibilidade e apoio para que a situação não fique impune.