Resumo

À Conversa dia 28 de Abril

  • 10-05-2017

 

Do itinerário pelo à Conversa com enfermeiros, a 28 de Abril em  Ponte de Lima, 

decorreu o segundo ciclo de partilha centrado na abordagem da pessoa com dor. As

partilhadas privilegiaram conhecer  experiencias e realidades  da intervenção do

enfermeiro em cuidados hospitalares,  cuidados de saúde primário, UCC, da formação

académica, a preparação do futuro profissional para a intervenção  na dor, e ainda,

alguns resultados da produção cientifica, focalizados nesta área.   

 

Das reflexões  finais, apurou-se que:

- Urge a necessidade de reforçar a formação dos profissionais de saúde na área da

dor, presentemente um lacuna;

- É de insistir na avaliação da Pessoa com dor, na aquisição de competências e treinos

de ajuda ao outro; importa olhar sobre os  mitos associados à medicação analgésica,

nomeadamente “opiofobia”, perceber a gestão do regime medicamentoso e a forma

de atuar, porquanto, e de que na execução do enfermeiro sustentada na evidencia é

indispensável atender às realidades e contexto cultural para o controlo da dor;

- É essencial perceber a etiologia da dor e que o adequado controlo é prioritário. No

entanto, é importante ser capaz de avaliar todo o contexto que envolve a pessoa. A

dor que a pessoa diz que sente, como a sente e como vive com essa dor, ou seja , uma

avaliação e uma abordagem global, preferencialmente por uma equipa

multiprofissional.

- Atender ao ciclo de vida da pessoa é fundamental para se conseguir apostar na

prevenção.

 - A capacitação da família e dos cuidadores é igualmente importante, até porque, se

presencia o sentimento de medo por parte da família/cuidador de acompanhar a

pessoa com dor em casa principalmente na doença oncológica ou paliativa.

- Na formação dos futuros enfermeiros, a abordagem da dor é integrada em

diferentes unidades curriculares, na formação de base, sendo direcionada de forma

mais específica na formação pós graduada;

- É de lembrar, que a dor crónica assume, em Portugal, um gasto igual à despesa de

4,611.69 milhões de Euros, ou seja, 2,71% do PIB anual Português em 2010 e que cada

pessoa com dor crónica apresenta um Custo médio/ano de 1,883.30€ (L.F. Azevedo et

al.:The economic impact of chronic pain: a nationwide populationbased cost-of- illness

study in Portugal. - Eur J Health Econ – Published online: 22 Nov. 2014). Tais gastos,

reportam-se não só aos gastos com tratamento, medicamento, absentismo mas

também com situações de incumprimentos e tarefas porque as pessoas vão trabalhar

e não conseguem, porque têm dor crónica.

- Dos locais onde se cuidam pessoas com dor, apenas 1% dos doentes com dor é

acompanhadas em consultas diferenciadas de dor; o restante percentual de pessoas

com dor, são acompanhados em unidades não diferenciadas de dor, em cuidados de

saúde primários;

Em síntese: urge  aprender a avaliar a dor, a trabalhar mais a atenção à problemática

da dor;  mais importante que a aplicação hermética de uma escala, mais importante

que um registo de um número/score, mais importante que os constrangimentos é a

PESSOA COM DOR; À medida que estes eventos acontecem, percebemos experiências

ricas e diferentes, um registo excelente de partilha e de entendimento sobre as

realidades dos cuidados.

GCIN/RPR