Do itinerário pelo à Conversa com enfermeiros, a 28 de Abril em Ponte de Lima, decorreu o segundo ciclo de partilha centrado na abordagem da pessoa com dor. Aspartilhadas privilegiaram conhecer experiencias e realidades da intervenção doenfermeiro em cuidados hospitalares, cuidados de saúde primário, UCC, da formaçãoacadémica, a preparação do futuro profissional para a intervenção na dor, e ainda,alguns resultados da produção cientifica, focalizados nesta área. Das reflexões finais, apurou-se que:- Urge a necessidade de reforçar a formação dos profissionais de saúde na área dador, presentemente um lacuna;- É de insistir na avaliação da Pessoa com dor, na aquisição de competências e treinosde ajuda ao outro; importa olhar sobre os mitos associados à medicação analgésica,nomeadamente “opiofobia”, perceber a gestão do regime medicamentoso e a formade atuar, porquanto, e de que na execução do enfermeiro sustentada na evidencia éindispensável atender às realidades e contexto cultural para o controlo da dor;- É essencial perceber a etiologia da dor e que o adequado controlo é prioritário. Noentanto, é importante ser capaz de avaliar todo o contexto que envolve a pessoa. Ador que a pessoa diz que sente, como a sente e como vive com essa dor, ou seja , umaavaliação e uma abordagem global, preferencialmente por uma equipamultiprofissional.- Atender ao ciclo de vida da pessoa é fundamental para se conseguir apostar naprevenção. - A capacitação da família e dos cuidadores é igualmente importante, até porque, sepresencia o sentimento de medo por parte da família/cuidador de acompanhar apessoa com dor em casa principalmente na doença oncológica ou paliativa.- Na formação dos futuros enfermeiros, a abordagem da dor é integrada emdiferentes unidades curriculares, na formação de base, sendo direcionada de formamais específica na formação pós graduada;- É de lembrar, que a dor crónica assume, em Portugal, um gasto igual à despesa de4,611.69 milhões de Euros, ou seja, 2,71% do PIB anual Português em 2010 e que cadapessoa com dor crónica apresenta um Custo médio/ano de 1,883.30€ (L.F. Azevedo etal.:The economic impact of chronic pain: a nationwide populationbased cost-of- illnessstudy in Portugal. - Eur J Health Econ – Published online: 22 Nov. 2014). Tais gastos,reportam-se não só aos gastos com tratamento, medicamento, absentismo mastambém com situações de incumprimentos e tarefas porque as pessoas vão trabalhare não conseguem, porque têm dor crónica.- Dos locais onde se cuidam pessoas com dor, apenas 1% dos doentes com dor éacompanhadas em consultas diferenciadas de dor; o restante percentual de pessoascom dor, são acompanhados em unidades não diferenciadas de dor, em cuidados desaúde primários;Em síntese: urge aprender a avaliar a dor, a trabalhar mais a atenção à problemáticada dor; mais importante que a aplicação hermética de uma escala, mais importanteque um registo de um número/score, mais importante que os constrangimentos é aPESSOA COM DOR; À medida que estes eventos acontecem, percebemos experiênciasricas e diferentes, um registo excelente de partilha e de entendimento sobre asrealidades dos cuidados.