Fórum de Saúde Familiar em Viana do Castelo

  • 22-02-2018

O primeiro encontro do Fórum de Discussão sobre a Enfermagem de Saúde Familiar teve lugar ontem à tarde, no auditório da Escola Superior de Saúde (ESS) do Politécnico de Viana do Castelo. Com uma excelente adesão, a iniciativa arrancou com um enquadramento breve por parte do presidente do Conselho Diretivo da SRNOE, tendo João Paulo Carvalho justificado a sua realização com a necessidade dos profissionais obterem todas as explicações possíveis sobre a criação da especialidade de Enfermagem de Saúde Familiar. “A última coisa que desejamos é que os problemas apareçam quando a máquina já estiver em andamento”, observou.
Luís Barreira, vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, foi o primeiro convidado a intervir, fazendo uma cronologia das iniciativas levadas a cabo pela OE para regulamentar a criação da especialidade. O dirigente lembrou ainda que a homologação das competências para atribuição do título de especialista está do lado do Governo. 
Rosário Barros, enfermeira-diretora da ULS do Alto Minho, demonstrou a necessidade que as equipas têm de clarificar o papel do enfermeiro de família, recorrendo à experiência de 20 anos que existe naquela unidade de saúde. 
Responsável pela enfermagem no grupo de Coordenação Nacional para a Reforma Cuidados Saúde Primários, Manuel Oliveira mostrou-se convicto de que o Governo irá viabilizar o modelo de homologação de competências proposto pela Ordem dos Enfermeiros para a nova especialidade, elogiando dois critérios importantes: o conhecimento obtido a partir da profissional e aquele que é obtido pela via formativa. 
Cristina Afonso, membro da USF - Associação Nacional, mostrou-se mais cética quanto à operacionalização desta especialidade. Para a enfermeira, os sistemas de informação existentes não estão preparados para esse efeito e é “impensável” imaginar que um enfermeiro possa compatibilizar um internato de 1200 horas com o trabalho diário na sua unidade de saúde. 
Jacinta Dantas, enfermeira do Centro de Saúde dos Arcos de Valdevez, e Cidália Amorim, especialista em enfermagem comunitária e docente na ESS de Viana do Castelo partilharam a sua visão enquanto profissionais e deram exemplos concretos de como uma nova especialização pode constituir uma mais-valia nos serviços. 
Este foi o primeiro de um conjunto de cinco debates - um por cada distrito da região - que a Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros vai realizar a propósito da implementação da especialidade de Enfermagem de Saúde Familiar.

GCIN/RPR