| Há anos que me questiono sobre o dia internacional do enfermeiro. A sua existência alegra-me, é certo. Confesso que não me coíbo de o celebrar.
No entanto, as prendas não compram o sofrimento da traição. Podem distrair, podem até aliviar, mas nada apaga a mágoa.
O dia internacional não é muito mais do que isto. Uma prenda a gente traída e esquecida pelos políticos que o criaram.
Sabem colegas, vamos comemorar! Vamos comemorar porque é este o dia em que nós nos celebramos, porém, digo-vos sem pudor nem receio que me digam que o que escrevo não passa de um clichê. O dia do enfermeiro é todos os dias!
É todos os dias para o senhor da cama 306 que para nós tem nome, é todos os dias para o adolescente que participa nas consultas de planeamento familiar, é todos os dias para a criança que neste momento está ao colo da mãe porque nós chegamos a tempo, é no natal, quando deixamos os nossos para cuidar dos outros.
Tenho orgulho em ser enfermeiro mas mais orgulho tenho nos que me acompanham neste caminho, nos que diariamente lutam, seja com a falta de recursos ou com o excesso de trabalho, seja com a falta de colegas ou com o ordenado muito abaixo das funções desempenhadas. A resiliência, a resistência quase estóica e a capacidade para garantir a segurança dos que estão frágeis é o que mais me orgulha. |