Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia

 

Há menos de 50 anos, em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) tomou a decisão de eliminar a homossexualidade da lista de doenças mentais constantes no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM). Porém, apenas em 1990, há pouco mais de 30 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID).

 

Apesar destes importantes avanços, somente em 2013, aquando da publicação do DSM-5, se tornou real a premissa de que nenhuma categoria diagnóstica era potencialmente aplicável às pessoas em função da sua orientação sexual. Apesar de a história da Psiquiatria ter vindo a apresentar uma evolução positiva na compreensão de que a orientação sexual não se trata de uma escolha, as marcas sociais deixadas por uma história ainda demasiado recente levam a que as pessoas LGBTIQ+ continuem, no seu dia a dia, a sofrer reiterados ataques aos seus direitos humanos.

 

A evidência científica é muito clara relativamente a esta matéria: a discriminação e a marginalização estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doença mental. Portanto, hoje, Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, importa chamar a atenção para este problema social, enfatizando que a promoção da literacia em saúde mental dos cidadãos constitui um valioso recurso para a minimização do mesmo. A este nível, e no domínio das suas competências específicas, todos os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica podem assumir-se como uma importante mais-valia na luta por uma sociedade mais informada, e consequentemente mais justa e igualitária.