Enfermeiros de Coimbra distinguidos

  • 29-10-2021

Cristina Costeira, Filipe Paiva Santos e Paulo Santos Costa foram premiados com o “European Recognition of Nursing Excellence in Research during COVID-19”, atribuído pela Região Europeia da Sigma Theta Tau International – Sociedade Honorífica de Enfermagem.

 

Os três enfermeiros, que integram a Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), obtiveram este reconhecimento europeu ao participarem na Iniciativa Global Surg – COVIDSurg Week, que “juntou 1677 serviços e departamentos cirúrgicos de 122 países, com uma amostra final de 142 815 pessoas”.

 

“Em Coimbra, tivemos a oportunidade de contribuir para este estudo com recolha de dados de todos os utentes admitidos, de 1 a 31 de Outubro de 2021, no Serviço de Cirurgia Geral do Instituto Português de Oncologia, com três equipas de colheita de dados lideradas por cada um de nós”, afirmaram os três enfermeiros.

 

Sendo este o maior estudo internacional feito em 2021 sobre o impacto da COVID-19 nos serviços de saúde e no bem-estar da pessoa com necessidade de cirurgia, Cristina Costeira, Filipe Paiva Santos e Paulo Santos Costa confessam que este prémio vem reforçar “o papel essencial que os enfermeiros desempenham nas equipas multidisciplinares, com competências específicas que lhes permitem, não só desenvolver cuidados de qualidade, eficiência e segurança, mas também contribuir para a construção do conhecimento existente, especialmente em momentos tão fracturantes da nossa História.”

 

E fazem questão de partilhar este reconhecimento internacional “com todos os colegas enfermeiros que trabalham arduamente todos os dias para expandir o conhecimento em Enfermagem e, junto de profissionais outras áreas científicas, garantir que os cuidados de saúde prestados ao cidadão sejam informados pela melhor evidência existente”.

 

Entre os primeiros resultados apurados com este estudo, recomenda-se um intervalo igual ou superior a sete semanas para a realização de intervenção cirúrgica, dado o risco acrescido de mortalidade após infecção por COVID-19. Se a pessoa continuar sintomática, este intervalo deverá ser prolongado e acompanhado pela equipa multidisciplinar até nova decisão de data.

 

Já o isolamento antes de cirurgias electivas poderá estar associado a um aumento ligeiro do risco de complicações respiratórias pós-cirurgia, e o aumento do período de isolamento não parece reduzir este risco.

 

Por sua vez, os utentes que irão realizar cirurgias com diagnóstico de infecção actual ou recente de SARS-COV-2 aparentam ter um risco acrescido de trombo-embolismo venoso pós-operatório, quando comparados a utentes sem infecção prévia. Não são conhecidos esquemas profilácticos de excelência nesta coorte clínica até à data.

 

Além dos conselhos e recomendações apuradas, Cristina Costeira, Filipe Paiva Santos e Paulo Santos Costa concluem que “no que respeita à Enfermagem, ressalta-se a necessidade de avaliar continuamente sinais e sintomas associados a esta complicação, assim como informar os utentes sobre cuidados a ter no pós-operatório que possam mitigar este risco”.

 

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros parabeniza esta equipa de enfermeiros pelo excelente trabalho desenvolvido!

GCI/MA e PR (imagem gentilmente cedida pelos enfermeiros)