Cinco problemas de liderança em Enfermagem

  • 29-01-2020

Sabemos que 2020 vai ser um grande ano para a enfermagem ao ser designado como o Ano Internacional do Enfermeiro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

Assim, quais serão os grandes problemas nos quais os Directores de Enfermagem e Enfermeiros Gestores se devem focar ao longo deste ano?

 

Consulte a opinião de Shela Kaneshiro, Vice-Presidente, responsável pelos serviços de atendimento ao paciente e Directora de Enfermagem do Memorial Care Orange Coast Medical Center, na Califórnia.

 

Segundo Kaneshiro, há cinco questões que devem estar no seu campo de visão ao longo de 2020:

 

  1. Planeamento da renovação de quadros

A aposentação dos enfermeiros “baby-boomers” está a causar grande preocupação. Em particular, o facto de que, quando esta geração deixar a profissão, leve consigo anos de conhecimento, aptidões e capacidades, deixando uma grande lacuna nos serviços. Se os enfermeiros gestores planearem atempadamente o futuro serão capazes de utilizar o talento da geração “X” com o dos enfermeiros “millennials” para continuarem a prestar cuidados de saúde de qualidade aos pacientes.

“Às vezes, há a ideia de só existirem recém-licenciados para substituir os “baby boomers”. Mas ao vermos a idade de alguns “millennials”, muitos rondam os trinta anos e exercem desde os 20 e poucos anos. Acho que, às vezes, não lhes damos crédito suficiente. Alguns dos novos licenciados são enfermeiros porque optaram por uma segunda carreira e isso dá-lhes uma vantagem competitiva pelo facto de já terem estado no mercado de trabalho, do qual obtiveram capacidades de gestão de tempo e de problemas. Embora possamos ter este êxodo em massa dos nossos “boomers”, temos um bom par de gerações a trabalhar e que está disponível para enfrentar estes novos desafios. Precisamos olhar mais para as semelhanças e não apenas para as diferenças geracionais. É isto que ouço de todas as gerações, elas querem ser valorizadas pelo trabalho que desempenham”, diz Kaneshiro.

 

  1. Ambiente de trabalho

Não há dúvida de que o stress é inerente à enfermagem. Os enfermeiros estão na linha da frente em situações de vida ou de morte, por exemplo. Mas isso não significa que devam suportar esse peso sozinhos. Os enfermeiros gestores devem comprometer-se a criar ambientes que ajudem os enfermeiros a processar eventos stressantes de uma forma saudável.

 

  1. Violência no local de trabalho

Atendendo que a violência tem surgido cada vez mais na sociedade, os enfermeiros gestores não podem ignorar o que tem acontecido nas suas instituições. Devem apoiar os funcionários vítimas de violência no local de trabalho e encontrar formas eficazes de diminuir a sua ocorrência.

“A violência no local de trabalho é uma coisa importante. Não se pode fugir dela, independentemente do local em que se trabalha. É importante avaliar com estão os que já tiveram algum tipo de interacção violenta. Para eles significa muito saberem que a organização vê esse assunto como prioritário. Temos vários dísticos que indicam que não há tolerância para determinados tipos de comportamento.

Podemos ter pacientes que não são necessariamente violentos em termos de comportamento agressivo, mas, por exemplo, podemos ter pacientes com demência ou que acabam de acordar de uma cirurgia e, estando confusos, podem agredir os enfermeiros e isso dói igualmente. Mas nem sempre é fácil porque alguns enfermeiros têm relutância em relatar essas situações”, sublinha Kaneshiro.

 

  1. Extensão do Controlo

É cada vez mais comum os directores de enfermagem e enfermeiros gestores terem de fazer uma grande quantidade de relatórios. Mas será esta uma boa prática?

“Precisamos ter a certeza de que lhes damos as ferramentas para terem sucesso e que lhes damos apoio, assegurando que a abrangência do controlo possa ser controlável até certo ponto”, refere a responsável.

 

  1. Alternativas para manter os enfermeiros junto dos pacientes

Com tantas novas oportunidades disponíveis para os enfermeiros, a manutenção dos profissionais com excelentes habilidades e conhecimentos clínicos junto dos utentes é um desafio. Sendo criativos com os cargos e as oportunidades de aprendizagem, os enfermeiros gestores podem tentar atrair enfermeiros mais especializados para estarem próximos dos pacientes.

“As vezes precisamos sair dos modelos tradicionais de carreiras em Enfermagem”, afirma Kaneshiro.

 

Leia a notícia completa com as propostas de Shela Kaneshiro aqui.

 

GCI/MA e PR