Dia Mundial da Imunização 2011

Dia Mundial da Imunização 2011

O impacto da imunização / vacinação na saúde da população mundial é inestimável. Com excepção da colocação à disposição de água potável, nenhuma outra intervenção teve um efeito tão importante na redução da mortalidade e no crescimento populacional em todo o Mundo. A vacinação é considerada, de entre todas as medidas de Saúde Pública, a que melhor relação custo-efectividade tem evidenciado.

A maioria das nações do Mundo adoptou o princípio de possuir um Programa Nacional de Vacinação (PNV), desta medida resultou a diminuição da incidência das doenças evitáveis pela vacinação. Como consequência directa a varíola foi erradicada em 1980. Em Portugal deixou de haver casos de poliomielite e de difteria desde 1987 e 1993, respectivamente. A vacinação teve também como resultado: um elevado aumento do número de indivíduos imunes, um menor número de pessoas susceptíveis e uma menor probabilidade de contrair determinadas infecções, nomeadamente na infância.

O PNV tem como objectivo assegurar o controlo de doenças infecciosas, para as quais existem vacinas eficazes e seguras, e cuja incidência, sequelas e letalidade são elevadas. O PNV é universal e gratuito para todos os indivíduos, e recomenda um esquema de vacinação que constitui uma «receita universal». É à Direcção-Geral da Saúde que compete definir o esquema do PNV, bem como planear a sua aplicação e providenciar, a nível nacional, a sua avaliação.

«A vacinação é praticada em Portugal desde o séc. XVII, havendo referência a inoculações contra a varíola datadas de 1793. No entanto, com excepção da vacina contra a varíola, a administração universal de vacinas só se verificou em 1965 com o início do Plano Nacional de Vacinação e o consequente impacto na saúde dos Portugueses» (2º Inquérito Serológico Nacional - Portugal Continental 2001-2002).

 O PNV em vigor em Portugal desde 1965 foi especificamente estudado para o nosso País e é este que devemos cumprir.

A modificação do estado imunitário da população altera a epidemiologia e a apresentação clínica das doenças. O PNV é actualizado em função desta evolução e da disponibilidade de novas vacinas, com o objectivo de melhorar a sua qualidade, sem prejuízo da aceitabilidade por parte da população-alvo. O PNV actualmente, em vigor, inclui 12 vacinas contra 12 doenças – tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, meningite provocada por haemophilus influenza, meningite meningocócica (grupo C), hepatite B, poliomielite, rubéola, sarampo, parotidite e vírus do papiloma humano (HPV).

Existem ainda outras vacinas comercializadas em Portugal, como a da gripe, a vacina antipneumocócica, a vacina anti-hepatite A, entre outras, que não fazem parte do PNV, mas têm indicação em determinadas situações específicas de risco.

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.

Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz e, outras vezes, ainda é preciso fazer doses de reforço ao longo de toda a vida.

Actualmente, a Taxa de Cobertura Vacinal Nacional é, em média, igual ou superior a 95% para cada vacina. A partir de determinados níveis de cobertura vacinal muitas vacinas apresentam um benefício extra ao induzirem imunidade de grupo, protegendo não só os individuos vacinados mas também a comunidade que beneficia com a interrupção da circulação do agente infeccioso. Somente taxas de cobertura vacinal muito elevadas permitem obter imunidade de grupo. No caso do tétano, em que a protecção é individual, apenas uma cobertura vacinal de 100% evita o aparecimento de novos casos.

Estas elevadas coberturas vacinais ficam a dever-se à acção dos ENFERMEIROS que divulgam o Programa, motivam as famílias e, de um modo geral, aproveitam todas as oportunidades para vacinar as pessoas susceptíveis, nomeadamente através da identificação e aproximação a grupos com menor acesso aos serviços de saúde, sendo sempre possível adaptar esquemas vacinais a situações em que o esquema recomendado não foi seguido.

 

Referências bibliográficas:

Direcção Geral da Saúde – Plano Nacional de Vacinação (2006), in http://www.dgs.pt

Fernandes, Elisa ProençaVacinar, porquê?, Revista da MNI, 2000, in http://www.mni.pt/revista

Gomes, Manuel CarmoHistória da vacinação, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2003, in http://www.fc.ul.pt

http://portaldasaude.pt

 

Mesa do Colégio de Enfermagem Comunitária

Ana Saianda