Órgãos estatutários reunidos no Vimeiro para definir estratégias e as Grande Opções do Mandato

Órgãos estatutários reunidos no Vimeiro para definir estratégias e as Grande Opções do Mandato

O 1º Encontro de Órgãos da Ordem dos Enfermeiros (OE) no atual mandato teve início esta tarde, no Hotel Golf Mar, Vimeiro. Até sábado, 11 de fevereiro, estarão reunidas mais de 180 pessoas para, entre outros aspetos, identificar as problemáticas prioritárias, estabelecer as medidas de ação correspondentes e elencar as Grandes Opções do Mandato (GOM).

Na sua intervenção inicial, o Enf.º Germano Couto, Bastonário da OE, destacou o papel que os órgãos desempenham no seio da Ordem e junto da sociedade civil, recordando que os membros eleitos são o elo de ligação entre a instituição e os restantes enfermeiros.
«É necessário estar atento à realidade que nos rodeia, saber ouvir, esclarecer e acima de tudo demonstrar que a Ordem dos Enfermeiros está empenhada em dar resposta às questões colocadas, às altíssimas expetativas transmitidas. No fundo, é preciso veicular o propósito de que a Ordem está disposta a agir, dentro do foro das suas atribuições», referiu.

O Bastonário da OE elencou, de seguida, um conjunto de feitos conquistados ao longo dos últimos 14 anos, referindo igualmente as dificuldades que atingem a Enfermagem atualmente.

De acordo com o Enf.º Germano Couto, é necessário «apoiar os enfermeiros que optam por trabalhar no estrangeiro ou que estão à procura do primeiro emprego; acompanhar o empreendedorismo daqueles que abraçam experiências inovadoras; ajudar os que, nas instituições de saúde, enfrentam dilemas éticos e problemas sérios ao nível da segurança dos cuidados, em face da falta de condições de trabalho».  

Além disso, «é igualmente imprescindível sensibilizar os decisores políticos para a necessária mudança na organização de cuidados de saúde. Muitos políticos e gestores continuam apenas a ver a árvore e não a floresta. Para que o cidadão esteja no centro do sistema, é necessário dar o mesmo espaço de intervenção aos diferentes profissionais envolvidos nos cuidados. É essencial que os contributos de todos sejam devidamente valorizados, havendo noção clara da mais-valia de cada um para os ganhos em saúde. E é igualmente fundamental dotar os serviços de dotações seguras».

Entre outros aspetos, «é necessário adequar a organização dos cuidados de saúde centrada nas necessidades do cidadão e nas respostas que cada profissão pode oferecer, diminuindo e evitando o desperdício, promovendo desta forma uma maior sustentabilidade e eficiência do Serviço Nacional de Saúde».

Também presente na fase inicial do encontro, a Enf.ª Maria Augusta Sousa, Bastonária da OE no mandato 2008-2011, fez uma resenha histórica da Enfermagem desde a década de 80 e destacou as questões que estão em cima da mesa no momento atual. Para a Enf.ª Maria Augusta Sousa, a necessária implementação do Modelo de Desenvolvimento Profissional e uma reforma ao nível do Ensino da Enfermagem são áreas de extrema importância para o futuro profissão. Diretamente relacionadas com estas áreas encontram-se algumas diretivas comunitárias e imposições da troika.

«Cada vez mais a Saúde irá reger-se tendo por base o triângulo “acesso, custos e qualidade”. E hoje, a Ordem e os enfermeiros possuem um conjunto de instrumentos que nos permitem trabalhar melhor estas vertentes e melhor desenvolver aquilo a que somos chamados», concluiu.  


 

lneves