Ordem dos Enfermeiros preocupada com medidas de contenção anunciadas pelo Ministério da Saúde

Ordem dos Enfermeiros preocupada com medidas de contenção anunciadas pelo Ministério da Saúde

Ordem dos Enfermeiros considera que o acesso das pessoas mais carenciadas aos cuidados de saúde é fortemente ameaçado pelas medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde.

Lisboa, 30 de Dezembro de 2010 – A Ordem dos Enfermeiros manifesta a sua grande preocupação pelas medidas anunciadas ontem, que se inserem no âmbito da contenção orçamental. Estas contemplam o pagamento do transporte de doentes não urgentes e o final da isenção de taxas moderadoras para os desempregados e pensionistas com rendimentos superiores a 485 euros.

A Ordem dos Enfermeiros relembra que o direito à protecção da saúde é consagrado pela Constituição da República Portuguesa. Limitar o transporte de doentes não urgentes e obrigar os desempregados e pensionistas com rendimentos acima do salário mínimo nacional a pagar estas taxas fomenta o distanciamento dos cidadãos à prestação de cuidados. Esta situação é particularmente grave, porque se trata de cidadãos com maior fragilidade económica.

No contexto de crise económica e financeira que o país atravessa, a Ordem dos Enfermeiros não pode deixar de vir a público alertar para as consequências das medidas do Ministério da Saúde que vão entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2011 e que penalizam injustamente os que mais precisam de protecção. Além disso, representam um atropelo claro à Constituição.

Relembramos que uma maior fragilidade socioeconómica é geradora de uma maior necessidade de cuidados de saúde, pelo que reafirmamos uma vez mais que cortes cegos no sector da Saúde aumentam a despesa pública.

O Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros

 

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