Ordem dos Enfermeiros dá contributos para reduzir taxa de cesarianas

Ordem dos Enfermeiros dá contributos para reduzir taxa de cesarianas

A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) endereçou ontem ao Sr. Ministro da Saúde um conjunto de contributos para reduzir a taxa de cesarianas na Região Norte do País e solicitou uma audiência com vista a explicar as diversas propostas.

À semelhança do que já tinha feito com a Sr.ª ex-Ministra da Saúde, Dr.ª Ana Jorge, a OE fez chegar ao actual titular da pasta um conjunto de contributos para reduzir a taxa de cesarianas, tendo para isso obtido a pronúncia do seu Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da OE.

A OE entende que a vigilância da saúde materno fetal durante a gravidez deve ser uma actividade privilegiada, bem como a preparação para a parentalidade, nos serviços de saúde. À grávida e ao casal deve ser fornecida, de uma forma personalizada, toda a informação que lhes permita «identificar os benefícios do parto vaginal versus os riscos de uma cesariana, permitindo-lhes uma escolha informada e uma vivência participada no seu trabalho de parto».

À grávida e ao casal deve ser proporcionado «um programa de educação para a saúde» assente na «partilha de experiências, que desmistifique ideias erróneas» e que dê um real «empoderamento» ao casal, «garantindo assim cuidados de saúde de qualidade com recurso a cuidados de Enfermagem especializados», sugeriu a Bastonária ao titular da pasta da Saúde.
A OE entendeu fornecer estas sugestões no âmbito de uma Comissão criada para estudar a Redução da Taxa de Cesarianas na Região Norte de Portugal, e defendeu que estas iniciativas devem ser extensíveis a todo o País e que o estudo levado a cabo deve ter âmbito nacional.

Lamentamos ainda que não seja claro o valor acrescentado do Enfermeiro Especialista de Saúde Materna e Obstétrica no domínio da gravidez e da parentalidade, no âmbito da referida Comissão, tendo a OE referido na missiva enviada que «a condição do trabalho de parto é multidisciplinar».

Os enfermeiros especialistas de Saúde Materna e Obstétrica são deixados de fora do grande objectivo de reduzir a taxa de cesariana, no documento produzido pela referida Comissão, insistiu a Bastonária da OE na missiva enviada.

Lembrámos ainda que, atendendo à legislação que se encontra publicada, os enfermeiros especialistas desta área têm um papel fundamental na Consulta de Vigilância da Gravidez que decorre nos Cuidados de Saúde Primários; na avaliação do trabalho de parto e na vigilância do bem-estar materno e do feto; no acompanhamento da puérpera após o parto e do recém-nascido até ao 28º dia de vida.

Ana Saianda