Ordem dos Enfermeiros condena hipotético recrutamento de enfermeiros paquistaneses e solicita esclarecimento urgente por parte Senhor Primeiro-Ministro

Ordem dos Enfermeiros condena hipotético recrutamento de enfermeiros paquistaneses e solicita esclarecimento urgente por parte Senhor Primeiro-Ministro

Lisboa, 19 de Janeiro de 2011 – Perante a notícia divulgada pela Associated Press of Pakistan e por vários órgãos de comunicação social nacionais – a qual refere a celebração de um acordo entre o Sr. Primeiro-Ministro de Portugal e o Senhor Presidente do Paquistão, a Ordem vem publicamente manifestar o total repúdio sobre a possibilidade de se contratarem enfermeiros paquistaneses para virem trabalhar em Portugal. Assim sendo, a Ordem dos Enfermeiros exigiu de imediato a clarificação desta notícia junto do Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro.

A confirmar-se o que foi divulgado, a Ordem dos Enfermeiros considera o seguinte:
            - Esta é uma situação inadmissível. Actualmente existem em Portugal enfermeiros que se encontram no desemprego devido à não abertura de vagas para serviços de saúde que o Governo sabe – por estudos que o Ministério da Saúde já realizou – estão cronicamente deficitários de cuidados de Enfermagem. O país investe, tanto através do dinheiro dos contribuintes como pelo esforço das famílias, na formação dos jovens e como resultado muitos são obrigados a sair do país ou vêem-se na iminência de serem substituídos por colegas «importados» à força de acordos bilaterais ou de parcerias socioeconómicas.

           - A Ordem dos Enfermeiros teme que uma decisão deste tipo redunde na desmotivação e contestação dos enfermeiros portugueses. Estamos convictos que esta decisão não garante aos cidadãos portugueses as respostas mais adequadas e, mais grave que isso, não aproveita os recursos em que o País investiu. Trata-se apenas de uma eventual «moeda de troca» que aumentará os custos da Saúde, sem que se aumente o valor dos cuidados prestados. É preciso contabilizar os custos inerentes à integração nas unidades de saúde de profissionais que não falam a nossa língua e que não conhecem a nossa cultura.

           - Por último, a Ordem dos Enfermeiros recorda que a 31 de Dezembro de 2009 estavam inscritos 59.745 enfermeiros, dos quais 2.018 eram estrangeiros. Entre eles não constava nenhum enfermeiro de nacionalidade paquistanesa.   

O Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros

 

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