OE pede esclarecimentos ao INEM e à ARS sobre Emergências em Odemira

OE pede esclarecimentos ao INEM e à ARS sobre Emergências em Odemira

A Ordem dos Enfermeiros (OE) endereçou na passada quinta-feira, dia 25 de Agosto, dois ofícios a pedir esclarecimentos ao Sr. Presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e à Sr.ª Presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, na sequência de três óbitos em Odemira.

A OE continua a fazer o acompanhamento da situação no Serviço de Urgência Básica (SUB) / SIV de Odemira, tendo-se apercebido de situações em que aparentemente não estiveram reunidas as condições consideradas indispensáveis para a prestação de cuidados de saúde num SUB ou não houve activação da viatura de Suporte Imediato de Vida (SIV), embora houvesse critérios clínicos para tal.

Um desses casos é o de uma criança de 22 meses que deu entrada no SUB, vítima de atropelamento, em situação de paragem cardiorrespiratória, encontrando-se nas instalações apenas um enfermeiro e um médico (dado que a SIV estava accionada e o segundo enfermeiro estava fora). Estes recursos humanos foram insuficientes para fazer a reanimação da criança.

Consideramos e referimo-lo nos ofícios enviados ao INEM e à ARS do Alentejo que, na situação concreta desta criança, não estiveram reunidas as condições mínimas de socorro, continuando a OE a defender veementemente a presença de, pelo menos, 2 enfermeiros no SUB e de um terceiro enfermeiro na SIV.

A OE constatou que o segundo enfermeiro afecto à viatura SIV esteve ausente do SUB de Odemira, nos primeiros 15 dias de Agosto, durante um tempo superior a 50 horas – deixando o SUB desfalcado durante esse período.

A OE considera que os problemas em Odemira não estão resolvidos, pese embora o que foi afirmado pelo Sr. Presidente do INEM na audiência de 3 de Agosto na Comissão Parlamentar de Saúde.

Nesse sentido, endereçámos também um ofício à Sr.ª Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde da Assembleia da República a alertar para a continuidade dos problemas em Odemira, apesar de um pequeno «reforço» de um enfermeiro nos turnos da manhã e da tarde aos fins-de-semana (e que já estava programado antes da integração da SIV no SUB).

No ofício em questão é referido que «subsistem as condições de insegurança que motivaram a intervenção e as reservas da OE porque na maior parte do tempo continua prejudicada a actividade do SUB, sempre que a SIV é activada, permanecendo apenas um enfermeiro no serviço».

Afirmamos também nesse documento enviado à Sr.ª Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde que, ao contrário do que foi referido pelo Sr. Presidente do INEM, a OE não deu qualquer aval à criação dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, porque falta conhecer as condições de acompanhamento da actividade destes técnicos e os protocolos de actuação que terão de seguir, entre outros aspectos.

Ana Saianda