Modelo de Desenvolvimento Profissional e dificuldades de acesso ao emprego dominam intervenções na cerimónia de vinculação à profissão da Secção Regional do Centro

Modelo de Desenvolvimento Profissional e dificuldades de acesso ao emprego dominam intervenções na cerimónia de vinculação à profissão da Secção Regional do Centro

Decorreu esta tarde, no Pavilhão Centro de Portugal, no Parque Mondego, em Coimbra, a cerimónia de vinculação à profissão de cerca de 250 jovens enfermeiros que terminaram a licenciatura em 2009 e que recentemente se inscreveram na Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros.

Presente na cerimónia, a Enf.ª Maria Augusta Sousa, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, chamou a atenção dos presentes para o momento muito especial que a Enfermagem portuguesa está a viver, com a publicação em Diário da República, a 16 de Setembro, da Lei 111/2009, que contempla a primeira alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros e que foi aprovada por unanimidade pela Assembleia da República a 23 de Julho.

A publicação deste diploma traduz-se na concretização de um dos objectivos há muito defendidos pela Ordem dos Enfermeiros (OE): a implementação de um Modelo de Desenvolvimento Profissional. Com a nova redacção do Estatuto da OE, «o jovem recém-licenciado não mais ficará lançado ao livre arbítrio de quem o apoia na sua fase de transição das responsabilidades profissionais. Mas também no que respeita ao desenvolvimento profissional para a aquisição do título de especialista, este novo processo permitirá certificar as competências não apenas porque se tem formação, mas aliando esta à experiência profissional devidamente enquadrada e reflectida», afirmou a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

A Enf.ª Maria Augusta Sousa aproveitou ainda este momento de recepção dos novos profissionais de Enfermagem para divulgar uma das principais conclusões do estudo recentemente concluído pela Rede de Jovens Enfermeiros da OE. De acordo com o mesmo, cerca de metade (49%) dos enfermeiros formados em 2008 estavam ainda sem emprego seis meses após a conclusão da sua licenciatura. Mais: destes, 77% não tinham, até Janeiro deste ano (altura em que foi feito o inquérito), recebido qualquer oferta profissional.

Para a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, o crescente atraso no acesso ao emprego «não é devido a uma formação em excesso, mas sim a políticas desajustadas das respostas às necessidades e à disponibilização de recursos». Trata-se, pois, de uma «situação inadmissível» que só prejudica «a qualidade dos cuidados e não respeitam o direito dos cidadãos aos cuidados que necessitam».

Recorde-se que na cerimónia de hoje também intervieram o Enf.º Manuel Oliveira, Presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional do Centro da OE, a Enf.ª Lucília Nunes, Presidente do Conselho de Enfermagem da OE e a Enf.ª Manuela Coimbra, Presidente do Conselho de Enfermagem Regional da Secção Regional do Centro da OE. Presentes estiveram outros representantes de órgãos nacionais e regionais da OE, bem como representantes de instituições de Saúde e de Ensino regionais. 

adomingos