Leiria: Ordem exige ao Governo correcção dos problemas

Leiria: Ordem exige ao Governo correcção dos problemas

A Ordem dos Enfermeiros (OE) já informou o Ministério da Saúde e a Entidade Reguladora da Saúde das situações de incumprimento das dotações seguras e de “falso” trabalho extraordinário por carência de enfermeiros detectados no Centro Hospitalar de Leiria.

“Reunimos com a direcção de enfermagem que nos transmitiu necessitarem de contratar mais 68 enfermeiros para cumprir a passagem às 35 horas definida na Lei, e assim assegurar o cumprimento das dotações seguras. Assim, solicito informação sobre quando e quantos pedidos de autorização foram enviados à tutela. Da parte do Sr. Ministro da Saúde temos a garantia que todos os pedidos estão a ser autorizados, o que acontece muitas vezes é que os hospitais ou não pede, ou não fundamentam”, exige a Bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, num ofício enviado ao presidente do Conselho de Administração do CH de Leiria com conhecimento para o ministro da Saúde, Entidade Reguladora da Saúde, Ordem dos Médicos, grupos parlamentares e sindicatos.

A Ordem destaca, no mesmo documento, que este “hospital foi o único do qual a OE recebeu exposições subscritas por todos os serviços, denunciando a insegurança na prestação de cuidados de enfermagem e consequentemente a insegurança dos doentes”.

Recordando a visita efectuada, Ana Rita Cavaco destaca vários exemplos de falta de enfermeiros nos vários serviços: 150 horas a mais por cada enfermeiro no serviço Cirurgia I; no Bloco Operatório Central é “frequente que a equipa de cirurgia seja apenas constituída por cirurgião e enfermeiro instrumentista” e quando as três salas estão a funcionar em simultâneo há apenas quatro enfermeiros, o que “configura uma situação gravíssima do ponto de vista da segurança das pessoas”; e na Unidade de Internamento de Curta Duração o serviço é misto, sem diferenciação de zonas masculino/feminino, sem critérios de alocação de doentes no espaço físico e sem cumprir as dotações seguras da equipa de enfermagem.

Perante a gravidade dos problemas, e decorridos os 30 dias para regularização das várias situações verificadas na visita realizada a 10 de Novembro, a Ordem notificou as várias entidades com vista à sua resolução. “Compete à Ordem dos Enfermeiros zelar pela segurança dos cuidados prestados às pessoas e pela dignidade da profissão de enfermeiro. Ignorar isto, bem como fechar os olhos a ilegalidades praticadas pela administração pública, é negar a função social de uma ordem profissional e é falha ao País”, lembra a Bastonária Ana Rita Cavaco.

lneves