Inquérito promovido pela OE sobre parentalidade revela resultados altamente preocupantes

Inquérito promovido pela OE sobre parentalidade revela resultados altamente preocupantes

Altamente preocupantes, os resultados de um inquérito efetuado pela Ordem dos Enfermeiros junto de milhares de profissionais inscritos, com o objetivo de analisar as dificuldades sentidas pelos enfermeiros no acesso aos seus direitos de maternidade e paternidade.

Entre 18 e 29 de dezembro de 2014 foram questionados 37.029 enfermeiros com idades compreendidas entre 20 e 45 anos, tendo respondido 4.969 (14,74% dos enfermeiros consultados).

Sem grandes variações entre os vários setores (público, privado e social) surge o valor de 35% do total de inquiridos que manifesta ter sentido dificuldade no acesso aos seus direitos de maternidade/paternidade.

Os três tipos de dificuldades mais encontradas foram a pressão para gozar menos dias de licença, seguidos por dificuldades no gozo de horário de amamentação e dificuldades em flexibilizar horários às necessidades (suspender a realização de turnos, ter acesso a horário parcial ou flexível).

Foram identificadas situações graves que se tornam impeditivas de uma promoção de parentalidade saudável.

Aconselha-se a leitura do estudo que se encontra disponível aqui.

Considera a OE que, mais do que implementar medidas novas, é necessário garantir o cumprimento das disposições consagradas na Lei e isto só é possível se os serviços forem dotados de recursos suficientes para acomodar os enfermeiros que se encontram em licença ou em horários flexíveis.

A melhor forma de promover a natalidade é transmitir à população sentimentos de futuro e isso relaciona-se com a salvaguarda do equilíbrio entre a vida pessoal e o desenvolvimento profissional.

O inquérito promovido pela OE é um contributo para uma discussão esclarecida do tema. Conclui-se, para já, numa fase em que Governo e a Assembleia da República debatem a crise demográfica, que medidas e campanhas sobre a promoção da natalidade são um considerável desperdício de dinheiro, enquanto os casais não perspetivem um projeto de vida no seu País que lhes permita tomar a importante decisão de ter filhos.

De referir, ainda, que os enfermeiros correspondem ao maior grupo profissional no Sistema de Saúde Português e constituem-se como uma importante amostra representativa da população em Portugal.

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