I Cimeira Lusofonia e Saúde debate aproximação de países

I Cimeira Lusofonia e Saúde debate aproximação de países

A iniciativa do Hospital do Futuro permitiu juntar representantes de Portugal e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que debateram conjuntamente as questões da mobilidade dos profissionais no espaço da CPLP, a formação pré e pós-graduada e o surgimento de plataformas de informação e comunicação, como é o caso do e-Portuguese (produzido pela Organização Mundial de Saúde) que serve para aproximar os Estados em matéria de conhecimento.

Na sessão da tarde, aberta ao público, O Dr. Manuel Pizarro, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, presente nesta Cimeira Lusofonia e Saúde (que decorreu a 8 de Junho), sublinhou a importância de Portugal continuar a contribuir para o espaço lusófono, em matéria de formação, devendo esta ser «olhada de uma forma estratégica». Dada a «carência dramática» de profissionais de saúde que afectam grande parte dos países da CPLP, o governante entende que há «um enorme espaço para a cooperação» nesta área.

Juliana Ramos, directora do Gabinete do Ministro da Saúde de S. Tomé e Príncipe, e Jorge Dupret, assessor do Ministro da Saúde de Angola, aludiram ao problema da «fuga de cérebros» dos seus países quando concluem a formação superior. Isso estará concerteza na origem da criação de inúmeras faculdades de Medicina e de escolas superiores de Enfermagem em Angola, por exemplo, para travar a partida dos profissionais para o exterior.

O representante angolano referiu-se ao enorme «défice de enfermeiros» e ao facto da qualidade destes deixar a desejar, mencionando ainda que o Governo daquele país tomou medidas com vista a melhorar a formação destes profissionais, sendo o ensino a ministrar em língua portuguesa.
Ficou também patente nesta sessão que outros países fora do espaço da CPLP – como Cuba, Índia e China – estão a ocupar em África o lugar de países de língua portuguesa no campo da formação dos profissionais de saúde.

Na sessão da manhã, fechada em termos de discussão, cerca de 30 representantes de Portugal, Brasil, Angola e S. Tomé e Príncipe, nos quais se incluiu a Ordem dos Enfermeiros, representada pelos enf.os Manuel Oliveira e Lubélia Melo, debateram os «Recursos Humanos – formação e intercâmbio de profissionais» e o «Acesso à informação e promoção de saúde».

O Dr. Rosado Pinto, a quem coube a leitura das conclusões da reunião da manhã, referiu que a primeira prioridade dos países da CPLP deve ser a planificação de recursos humanos. Sustentou ainda a necessidade de aumentar o intercâmbio entre profissionais de saúde no espaço lusófono e a criação de programas de incentivos (incluindo habitação, estágios profissionalizantes e visitas de estudo, acrescidos de medidas de apoio à fixação nos países de origem).

No que diz respeito ao acesso à informação, os participantes insistiram na necessidade de aumentar as redes de conhecimento de acesso global (como é o caso das bibliotecas virtuais), mas tendo sempre presente que as bibliotecas escritas são, em muitos dos países do espaço lusófono, um dos principais meios de acesso ao conhecimento e à informação.

O projecto das Bibliotecas Móveis, uma organização da Ordem dos Enfermeiros e do ICN, foi elogiado pelos representantes presentes nesta Cimeira, pela importância que este tem tido na actualização dos enfermeiros nos países da CPLP.

Ana Saianda