Bastonário da Ordem dos Enfermeiros desmistifica Modelo de Desenvolvimento Profissional junto de estudantes de Enfermagem

Bastonário da Ordem dos Enfermeiros desmistifica Modelo de Desenvolvimento Profissional junto de estudantes de Enfermagem

O Enf. Germano Couto foi o convidado de honra da Cerimónia de Abertura da Componente Científica do XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem, que decorreu ao início da manhã de 28 de maio, na Praia de Pedrógão.

Aproveitando esta oportunidade de contacto com os estudantes de Enfermagem, o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE) quis desmistificar algumas das ideias que circulam sobre o Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP) – muitas delas integradas numa «campanha» de total desinformação que «explora os sentimentos de alguma ansiedade e incerteza dos estudantes em prol de interesses pouco sérios e legítimos».

«A Ordem dos Enfermeiros sempre afirmou que não está em causa a formação proporcionada pelas instituições de ensino, mas antes a garantia de que a transposição entre a formação pré-graduação e o exercício autónomo decorra da melhor forma», começou por referir.

De acordo com o Enf. Germano Couto, «a obtenção do título de enfermeiro deverá ocorrer depois do recém-licenciado ter demonstrado não só o seu savoir faire, mas também o seu savoir être – tão importante numa profissão com uma componente extremamente humana como a nossa. Só depois desta etapa é que a OE poderá, com legitimidade completa e acrescida, assegurar perante a sociedade que determinada pessoa está apta para prestar cuidados de Enfermagem de qualidade».

Desta forma, o MDP deve ser interpretado como algo que permite «uma inserção mais “protegida” à profissão – colocando-os a “salvo” de situações absolutamente selváticas em que os jovens enfermeiros têm de responder por 20, 30 ou mais doentes – sem terem “direito” a um período de integração digno desse nome, com uma estrutura hierárquica ausente e com péssimas condições de trabalho».

Procurando esclarecer os presentes sobre o estatuto do enfermeiro em Prática Tutelada de Enfermagem (PTE), o Bastonário da OE garantiu que «não temos ”meios enfermeiros”». E alertou: «Quem o afirmar está a induzir em erro os colegas e a desprestigiar a profissão». Sugerindo a consulta do Parecer nº 140/2009 do Conselho Jurisdicional da OE – onde se comprova que só um enfermeiro – independentemente de estar ou não em PTE – pode ser sujeito à regulamentação e ação disciplinar da OE. Uma coisa bem diferente é a organização dos serviços. «Para os decisores políticos e gestores, as questões relacionadas com as dotações dos serviços têm de ser traduzidas em números – daí tivesse surgido o valor de 0,5 associado aos enfermeiros em Exercício Profissional Tutelado.

O Bastonário da OE anunciou ainda que em breve irá assinar um protocolo de colaboração com a Federação Nacional das Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE). «Esta parceria possibilitará não só uma maior proximidade entre as duas instituições – que levará à simbiose perfeita entre os anseios dos estudantes e dos colegas em exercício – mas também permitirá que a FNAEE ajude a OE a “descodificar” o MDP junto dos alunos e futuros enfermeiros», referiu. 

 


 

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