Balanço dos primeiros dias da Semana da Bastonária nos Distritos de Beja e Portalegre

O arranque de mais uma Semana da Bastonária estava marcado para o Baixo Alentejo, e na segunda-feira de manhã, bem cedo, rumámos a Ferreira do Alentejo para conhecer a equipa do centro de saúde. A visita prosseguiu com normalidade tendo sido possível verificar que fisicamente as instalações, apesar de não serem novas, são amplas, funcionais e ajustadas às necessidades. A dificuldade de recursos foi mencionada sobretudo ao nível de Enfermagem já que no centro de saúde existem 13 enfermeiros que prestam cuidados a mais de 8 mil utentes inscritos, além de uma população de permanência temporária. Na visita foi ainda possível perceber que foi apresentada uma candidatura de Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) em Setembro do ano passado, aguardando-se resposta / aprovação.

Ali mesmo ao lado do centro de saúde funciona a Unidade de Longa Duração e Manutenção da Santa Casa da Misericórdia de Ferreira do Alentejo, que, neste momento, dá resposta a 24 utentes. Aguarda-se por uma nova unidade que está em construção.

Para a tarde de segunda-feira estava reservada a visita ao Hospital de Beja, que está a comemorar 40 anos de existência. Foi possível conhecer alguns serviços, a começar pela Urgência e a terminar na Obstetrícia. Neste último serviço, os números revelam que no ano passado nasceram no Hospital de Beja 1.400 crianças, o que dá uma média de 4 nascimentos por dia. De referir que esta unidade hospitalar dá resposta a 160 mil pessoas residentes no distrito, na maioria envelhecida e com graves problemas de saúde, nomeadamente ao nível de Saúde Mental. O Alentejo é uma das regiões que apresenta maiores taxas de depressão e regista uma das maiores taxas de suicido, sendo o distrito de Beja o mais afectado, em particular no concelho de Odemira. Mas, ao fim de 20 anos de espera, finalmente é possível ver a construção da nova Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental, o que irá melhorar e aumentar as respostas na prestação de cuidados no que se refere a Saúde Mental, sobretudo ao nível de internamento de situações agudas.

Para terminar o dia de segunda-feira, realizou-se um debate sobre «Saúde Mental: pessoa, família e a comunidade». Um debate participativo em que foi possível verificar que a intervenção no âmbito da Saúde Mental é um desafio para enfermeiros que têm um papel determinante na prestação de cuidados de saúde.

Barrancos aguarda novo centro de saúde!

Quem vive em Barrancos conhece bem o significado de distância e isolamento porque geograficamente estão a 100 quilómetros do Hospital de Beja, o que representa uma hora e meia de caminho. Com uma população de 1.800 habitantes, dos quais 470 são idosos com mais de 65 anos de idade, os enfermeiros que trabalham no Centro de Saúde de Barrancos falam das dificuldades existentes, nomeadamente em termos de recursos humanos. Mas os enfermeiros reconhecem também que uma população com estas características permite relações de proximidade e de confiança. Em 2009, aquela localidade alentejana registou o nascimento de 15 bebés e tem 188 crianças até aos dez anos. Mesmo assim, é uma população envelhecida e que aguarda pelas novas instalações do centro de saúde, cujas obras já tiveram início.

Para terminar o dia, estava marcado encontro com os colegas do Centro de Saúde de Moura, onde seria uma oportunidade para conhecer o balanço do Programa de Intervenção Precoce. Este programa presta cuidados a todas as crianças entre os 0 e os 6 anos de idade que sofram de défice de desenvolvimento. Este programa, que já foi premiado pela Organização Mundial de Saúde, tem uma área de intervenção em Moura e Barrancos. Esta mesma iniciativa acompanha cerca de 2.400 crianças, bem como suas famílias. A equipa multidisciplinar será reforçada em breve com um enfermeiro, de acordo com o compromisso assumido pela Enfermeiro Chefe do Centro de Saúde de Moura e ainda pelo Enfermeiro Director da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

A Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros