Enfermeiros que seguem um estilo de vida saudável ganham uma década sem doenças

  • 16-01-2020

Adoptar um estilo de vida saudável na meia-idade pode acrescentar cerca de dez anos livres de doenças, revela um novo estudo publicado no dia 8 de Janeiro, na reputada revista científica médica britânica, a BMJ.

 

O estudo, que recorreu a dados sobre enfermeiros e outros profissionais de saúde, indica que a adesão a um estilo de vida saudável está ligada a uma maior esperança de vida aos 50 anos. Livre de doenças graves como o cancro, doenças cardíacas e diabetes.

 

De acordo com a investigação, os homens que levam uma vida saudável (sem fumar, com peso saudável e que praticam exercício físico regularmente), poderão beneficiar de mais de sete anos extra sem doenças, em comparação com aqueles que não vivem saudavelmente.

 

A equipa de investigação, liderada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, indica que, por sua vez, as mulheres poderão beneficiar de mais de 10 anos extra sem doenças.

 

O tabagismo, a prática de actividade física, a ingestão de álcool, o peso corporal e a dieta têm demonstrado afectar a esperança média de vida e a probabilidade de contrair uma doença crónica.

 

Os investigadores analisaram dados de mais de 73 mil enfermeiras registadas no Estudo de Saúde Pública de Enfermeiros dos EUA, e dados de mais de 38.300 profissionais de saúde masculinos dos EUA - incluindo dentistas, farmacêuticos e oftalmologistas – com base no Estudo de Acompanhamento de Profissionais de Saúde.

 

Foram utilizados cinco factores de estilo de vida de “baixo risco” - nunca fumar, peso saudável, pelo menos 30 minutos de actividade física por dia, consumo moderado de álcool e uma dieta de boa qualidade - para calcular uma pontuação de estilo de vida saudável.

 

Os participantes foram avaliados regularmente durante um período de mais de 20 anos com novos diagnósticos e mortes por cancro, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 registados.

 

Após o ajuste para a idade, etnia, histórico médico familiar e outros factores que poderiam influenciar os resultados e a expectativa de vida, os investigadores descobriram que aqueles que viviam um estilo de vida saudável tinham mais probabilidade de viver mais tempo sem doenças.

 

A esperança de vida livre de cancro, doenças cardiovasculares e diabetes aos 50 anos foi de 24 anos para as mulheres que não adoptaram nenhum dos factores de "baixo risco" no estilo de vida.

 

Entretanto, para as mulheres que adoptaram quatro ou cinco dos factores de baixo risco, a sua esperança média de vida aumentou para os 34 anos.

 

Da mesma forma, a esperança de vida sem qualquer uma das doenças crónicas referidas foi de 24 anos entre os homens que não adoptaram um estilo de vida saudável, em comparação com 31 anos para aqueles que aderiram a quatro ou cinco factores de estilo de vida de baixo risco.

 

Segundo a investigação, os homens que fumavam muito - 15 ou mais cigarros por dia - e os homens e mulheres que eram obesos tinham menos probabilidade de estarem livres de doenças crónicas a partir dos 50 anos de idade.

 

Os investigadores afirmaram que o estudo enfatizou a necessidade de apostar em políticas e serviços de saúde pública eficazes, uma vez que “as nossas descobertas sugerem que a promoção de um estilo de vida saudável ajudaria a reduzir os encargos com os cuidados de saúde, diminuindo o risco de desenvolver múltiplas doenças crónicas, incluindo cancro, doenças cardiovasculares e diabetes, e aumentando a esperança média de vida sem essas doenças”.

 

No artigo publicado pode ainda ler-se que “as políticas públicas para melhorar a alimentação e o ambiente físico conducentes à adopção de uma dieta e estilo de vida saudáveis, bem como políticas e regulamentações relevantes são fundamentais para melhorar a esperança de vida, sobretudo sem doenças crónicas graves”.

 

Consulte o estudo aqui.

GCI/MA e PR