Enfermeira do Centro recebe bolsa da FCT

  • 18-01-2021

Luísa Teixeira dos Santos, enfermeira e assistente convidada da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) recebeu, em 2020, a única bolsa de investigação atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) a um projecto de doutoramento em Ciências da Enfermagem.

 

Entre cerca de 4000 candidaturas, o programa de doutoramento “Mental health and Well-being training program for non-health professionals and volunteers working with asylum seekers (Apt4U2)” foi o escolhido.

 

Este projecto tem como objectivo capacitar voluntários e profissionais de Organizações Não Governamentais (ONG), de áreas que não as da saúde, para lidarem com as questões de saúde mental dos jovens que vivem em campos de refugiados.

 

Depois de ter estado em contextos humanitários em três países e continentes diferentes, e após um estudo realizado em 2018, num campo de refugiados na Ilha de Lesbos (Grécia), a enfermeira especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica reconheceu que havia um problema comum: a falta de capacitação sistematizada para ajudar os voluntários e profissionais de ONG que não sejam da área da saúde para apoiarem, na vertente de saúde mental, os refugiados, requerentes de asilo e/ou deslocados internos, e, em especial, das crianças que se encontram nesta situação e que, por vezes, adoptam comportamentos auto e heterolesivos.

 

Neste momento, Luísa Santos está a fazer um levantamento de todos os programas que existem no âmbito da formação de voluntários, particularmente, os que não sejam da área da saúde – o aspecto mais inovador desta investigação.

 

Em colaboração com os Professores Ana Paula Monteiro (ESEnfC), Wilson Correia de Abreu (Escola Superior de Enfermagem do Porto) e a Professora Afaf Meleis (Universidade da Pensilvania), está a ser construído um modelo que “depois de passar uma fase de peritagem, de ser analisado por peritos da área, e também por pessoas que estão directamente ligadas aos cuidados destas pessoas, irá ser testado na Grécia”.

 

A enfermeira pretende “levar o modelo para, no local, com os profissionais, perceber se o mesmo se adapta às condições e necessidades dos voluntários que lá estão”.

 

Para Luísa Santos, “a recepção deste financiamento é, no fundo, um reconhecimento de ter um projecto considerado inovador e com elevado impacto social. É também uma forma de colocar a Enfermagem na vanguarda na formação de agentes humanitários e, mesmo de que forma indirecta, contribuir positivamente para os cuidados às populações mais vulneráveis”.

 

Este estudo está a ser desenvolvido na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), no âmbito do doutoramento em Ciências da Enfermagem do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

 

 

GCI/MA e PR