Dia Mundial Sem Tabaco

  • 28-05-2021

O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado pelos Estados-membros da OMS em 1987 com o propósito de aumentar a consciencialização sobre os efeitos prejudiciais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo, desencorajando o uso do tabaco nas suas várias formas – quer cigarros clássicos, quer cigarros electrónicos e quer cigarros aquecidos.

 

O fumo do tabaco contém mais de 4000 produtos químicos, dos quais pelo menos 250 são prejudiciais e mais de 50 causam cancro.

 

O consumo de tabaco é responsável ou factor de agravamento de variadíssimos tipos de doenças, como o cancro, as doenças pulmonares, as doenças cardiovasculares e a diabetes. O tabagismo influencia de forma particularmente negativa a saúde pulmonar dos fumadores. É de destacar os efeitos nocivos que o tabaco exerce sobre a saúde dos pulmões, sendo de especial relevância a sua influência negativa no que diz respeito ao surgimento do cancro do pulmão e das doenças respiratórias crónicas.

 

Mas não só os fumadores são afectados pelo consumo de tabaco, aqueles que os rodeiam e que mais perto privam consigo também são alvo dos malefícios atribuídos ao fumo do tabaco – falamos dos fumadores passivos.

 

Não existe um nível seguro de exposição ao fumo passivo do tabaco. Nos adultos, o tabagismo passivo provoca perturbações cardiovasculares e respiratórias graves, nomeadamente doenças coronárias e cancro do pulmão; entre as crianças, o risco de morte súbita e os problemas respiratórios aumentam drasticamente quando em ambientes impregnados de fumo do tabaco; e em mulheres grávidas comprovou-se inequivocamente que provoca complicações da gravidez e baixo peso do recém-nascido.

 

As estatísticas dizem-nos que o tabaco mata, por ano, mais de 8 milhões de pessoas, das quais mais de 7 milhões são fumadores e cerca de 1 milhão são não fumadores expostos ao fumo. Quase 80% de fumadores no mundo vivem em países de baixo e médio rendimento o que representa, claramente, uma séria ameaça para famílias com baixos rendimentos. Não restam dúvidas, que o consumo do tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou e que continua a enfrentar.

 

Neste tempo de pandemia, a cessação tabágica é especialmente importante, já que os fumadores são mais susceptíveis a infecções devido ao efeito nocivo do tabaco no sistema imunitário e devido ao constante contacto mão-boca, aumentando-se assim o risco de contágio. Os estudos mais recentes mostram que os fumadores têm um maior risco de contrair infecção por corona vírus e que quando contraem a Covid19 o seu estado de saúde é tendencialmente mais grave, quando comparados com indivíduos não fumadores.

 

A comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco deve levar-nos a reflectir sobre o porquê de ainda existirem tantos fumadores, sendo que muitos deles são jovens adolescentes, quando os malefícios e a mortalidade relacionados com o tabagismo são sobejamente conhecidos.

 

A cessação tabágica é a única medida que permitirá diminuir a incidência de doenças crónicas associadas ao tabagismo nos próximos anos. Parar de fumar tem sempre benefícios, imediatos e a longo prazo, sendo tanto maiores quanto mais precocemente decidir deixar este vício.

 

A maioria dos fumadores faz várias tentativas para parar de fumar, ao longo da vida, até conseguir parar de vez e a maior parte recai nas primeiras semanas ou dias após a tentativa. Nestes casos, torna-se importante haver um acompanhamento comportamental e farmacológico para que se atinja o sucesso na cessação tabágica.

 

A fase de adaptação à ausência do tabaco pode ser desagradável e difícil de suportar sem apoio. Os sintomas de abstinência são sinais de que o corpo se está a adaptar à falta da nicotina; sendo típico observar, nos fumadores em fase de cessação tabágica, sentimento de tristeza; insónia; irritabilidade; dificuldade de concentração, inquietação e nervosismo; diminuição da frequência cardíaca; sensação de fome; e desejo de fumar.

 

Embora estes sintomas possam ser desagradáveis, não são perigosos para a saúde. Se está em processo de desabituação tabágica, aceite estes conselhos:

  • Promova um ambiente limpo, fresco e sem tabaco perto de si, no trabalho e em casa.
  • Evite beber álcool, café ou outras bebidas que normalmente se associam ao acto de fumar.
  • Mastigue pastilhas sem açúcar ou rebuçados de menta quando se sentir mais impelido a fumar.
  • Tente evitar estar em locais de diversão fechados e com pessoas fumadoras.
  • Estabeleça objectivos temporais e recompense-se pelos sucessos - 1 hora, 1 dia ou 1 semana sem usar tabaco.
  • Aumente a sua actividade física.
  • Esqueça/elimine o pensamento “vou só fumar um cigarrito”.

 

Consideramos fundamental que se fomente e incentive a desabituação tabágica junto dos fumadores e que se implementem medidas que desencorajem os jovens a experimentar o tabaco.

 

Desista de fumar, seja um vencedor!!!

 

Uma mensagem de Bruno Coelho, Vogal do Conselho de Enfermagem Regional

 

CER/GCI/MA