Controlo de Infecções

  • 26-06-2018

Investigadores da Universidade de Manchester, Universidade de Columbia, Universidade Estatal Apalache e Serviço de Enfermeiros Visitantes de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), estudaram como os comportamentos de enfermeiros da comunidade afectam o cumprimento do controlo de infecções em pacientes visitados ao domicílio.

 

Atendendo que as infecções, como a Infecção do Tracto Urinário (ITU), infecção respiratória, feridas ou sepsia, são das principais razões pelas quais os pacientes são internados nos hospitais, o estudo revelou que o nível de cumprimento das práticas de controlo de infecção dos enfermeiros prestadores de assistência domiciliária está mais associado a atitudes e cultura organizacionais favoráveis, do que à experiência geral ou ao conhecimento. Ou seja, quando os enfermeiros identificam o controlo de infecções como uma parte relevante do seu trabalho, esforçam-se para que as suas práticas sejam as melhores e estejam em conformidade.  

 

Dos 350 enfermeiros da comunidade inquiridos, mais de 90% indicaram prestar um serviço em conformidade com as práticas de controlo de infecção. Um número mais reduzido – 81,9% - afirmou usar máscara descartável sempre que há a possibilidade de salpicos ou espirros, e 79% disseram usar bata se for muito provável haver respingos de sangue ou de outros fluídos corporais.

 

78,8% a 69,6% garantiram usar óculos de protecção ou um protector ocula quando expostos a secreções ou líquidos sanguinolentos. Já pouco mais de 2/3 dos entrevistados (68,5%) indicou que a vacina da gripe é segura e 60,4% admitiram que sentiam ser fácil ficarem em casa quando estão doentes.

 

Quase todos os entrevistados não reconheceram que a higienização das mãos deve ser realizada após o contacto com a bolsa de enfermagem (que pode transportar patógenos infecciosos entre os pacientes).

Dawn Dowding, professora da Universidade de Manchester que integra a equipa de investigação, afirmou que “a nossa principal mensagem é que o controlo de infecção não se prende necessariamente com o conhecimento, já que a maioria dos enfermeiros pesquisados já trabalhava há algum tempo”.

 

Admitindo que o controlo de infecções é mais difícil na comunidade, uma vez que os pacientes podem viver em diferentes estados circunstanciais, com vários graus de higiene e conhecimento, a professora acrescentou não saberem ao certo “porque os enfermeiros mais velhos estão mais propensos a cumprir os protocolos de controlo de infecção”.

 

Segundo Dowding, uma das causas poderia estar relacionada com o facto de os enfermeiros mais velhos estarem há mais tempo na mesma organização, pelo que a adopção das práticas de controlo infeccioso pode ser mais natural para eles. Daí conclui-se que “mais formação, por exemplo, pode não mudar necessariamente o comportamento”, “incutir boas práticas na cultura organizacional será provavelmente mais eficaz”.

 

Publicado a 14 de Junho no American Journal of Infection Control, o estudo, intitulado “Factors for Compliance with Infection Control Practices in Home Health Care: Findings from a Survey of Nurse Knowledge and Attitudes towards Infection Control” (Factores para o Cumprimento das Práticas de Controlo de Infecções em Cuidados de Saúde Domiciliária: Resultados de uma Pesquisa sobre Conhecimento e Atitudes dos Enfermeiros em Relação ao Controlo de Infecções) foi financiado pela Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde.

  

Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0196655318305789

GCI/PR